Estagiária do Correio Braziliense, da editoria Eu, Estudante, Júlia Giusti da Costa, 20 anos, conquistou o 16º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, um concurso promovido pelo Instituto Vladimir Herzog que tem por objetivo mobilizar estudantes de jornalismo para a produção de pautas centradas nos direitos humanos. Ao lado de sua colega Júlia Lopes Faria, 21, a dupla elaborou uma pauta que aborda problemas socioeconômicos da região do Sol Nascente (DF), considerada a maior favela do Brasil. Confira o documentário vencedor aqui.
No 5º semestre do curso de jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB), Júlia relata que a ideia da pauta surgiu após se sensibilizar com a realidade da região. “Com a temática do Censo do IBGE, logo observamos que o dado mais chamativo da pesquisa foi o fato de o Sol Nascente ser considerado a maior favela do Brasil. Começamos a buscar os fatores que se relacionam com essa realidade, chegando aos enfoques da falta de estrutura na região e o difícil e precário acesso aos serviços básicos”, conta Giusti.
As alunas tomaram conhecimento de que a reportagem foi escolhida para representar o Centro-Oeste em 31 de julho. Após isso, a etapa de gravação do documentário começou. Juntamente com o apoio da UnB TV, realizaram as filmagens e as entrevistas da produção, que foi finalizada e enviada no dia 22 de outubro. Além de adolescentes, líderes comunitárias também foram ouvidas.
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Com foco em jovens e adolescentes, as estudantes saíram pelas ruas perguntando para mulheres da região se elas gostariam de participar das entrevistas. O intuito era entender a realidade local e os principais problemas que afetam a população feminina. “Queríamos entender como funcionava a dinâmica na região sob a visão delas, e sobre suas próprias vivências. Quais são seus sonhos? Elas têm perspectivas sobre o futuro? Que dificuldades enfrentam? Eram perguntas que queríamos responder”, esclarece a estudante.
Para Júlia Giusti, a reportagem possui um alto valor social, uma vez que retrata, com base em relatos dos próprios moradores, a realidade que os circunda. “É relevante, também, dar voz às minorias sociais, como o próprio jornalismo traz no código de ética. Assim, a gente consegue retratar a região tanto por um olhar geográfico quanto humano, porque quem dá vida à cidade são as pessoas. Isso também pode levar ao desenvolvimento de políticas públicas para atender aos moradores, que, inclusive, relatam a percepção do esquecimento das autoridades sobre o Sol Nascente. Para mim, retratar tudo isso no documentário é maravilhoso, pode levar à transformação”, conclui, orgulhosa.
*Estagiário sob supervisão de Marina Rodrigues
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