Por melhores condições

Residentes em saúde paralisam atividades nesta segunda-feira (19/4)

Entre as demandas está o pagamento de bolsas atrasadas e a garantia da segurança sanitária da categoria, uma vez que atua na linha de frente do combate à covid-19

Mateus Salomão*
postado em 19/04/2021 20:15 / atualizado em 19/04/2021 20:33
 (crédito: Divulgação/Forúm Nacional de Residentes em Saúde)
(crédito: Divulgação/Forúm Nacional de Residentes em Saúde)

Em mobilização nacional nesta segunda-feira (19/4), residentes em saúde paralisaram as atividades. A categoria reclama de atrasos no pagamentos das bolsas-salário pelo Ministério da Saúde e contesta a falta de reajustes desde 2016. Além disso, demandam garantia da inclusão da categoria no plano de imunização e o acesso adequado a EPIs.

O Fórum Nacional de Residentes em Saúde (FNRS) definiu a data como o Dia Nacional de Paralisação dos Residentes em Saúde. A programação começou pela manhã com mobilização por meio do Twitter. À tarde ocorreu transmissão de live e atos simbólicos em diferentes cidades. Às 19h, ocorreu assembleia nacional..

Por meio das redes sociais, a Associação Nacional de pós-graduandos (Anpg) divulgou registros de atos realizados pelo Brasil e condenou a postura do Ministério da Saúde. “O MS (Ministério da Saúde) está dificultando o combate ao coronavírus desassistindo financeiramente os residentes em saúde”, ponderou a entidade por meio das redes sociais. A Anpg estima que o número de residentes em saúde no país ultrapasse 50.000.


Segundo residente, atrasos demonstram irresponsabilidade do governo

Segundo Vinicius Soares, residente de saúde coletiva da Sesau-Recife e diretor de comunicação da Associação Nacional de Pós-Graduandos (Anpg), os residentes estão sofrendo com constantes atrasos nas bolsas-salários e nas bonificações do Programa Brasil Conta Comigo, colocando milhares em situações de vulnerabilidade social.

Além disso, ressalta as condições precárias de trabalho, em que muitos trabalham sem EPIs necessários para proteção individual e coletiva. “Com agravante de milhares de residentes que ainda não foram incluídos na lista de prioridades de vacinação no Plano Nacional de Imunização, mesmo atuando na linha de frente da pandemia, se colocando diariamente em risco de contaminação e disseminação da doença”, pondera.

“Isso é muito grave, pois no momento que o Brasil mais precisa da força de trabalho qualificada dos trabalhadores de saúde, o governo Bolsonaro, por meio do MS, continua a ser irresponsável com a saúde e vida do povo brasileiro”, considera.

O FNRS informou, por meio de nota divulgada em 13 de abril, que, em reunião realizada no dia anterior, foi notificado sobre a situação de residentes de diversos programas do Brasil que não receberam a bolsa-salário referente ao mês de março. “Muitos desses programas afetados sequer estão conseguindo receber algum retorno dos órgãos competentes para compreender os motivos do atraso, ou para receber algum tipo de previsão do pagamento da bolsa-salário”, apontou.

Assim, o fórum deliberou apoio aos programas que estão mobilizados em denunciar e buscar soluções para essa situação. “Considerando que o atraso da bolsa-salário prejudica a permanência das atividades de campo devido a restrições no custo de transporte e alimentação, o fórum se solidariza com todos/as os as/os residentes, enfatiza a legitimidade das mobilizações e se manifesta contrariamente a qualquer tipo de retaliação àquelas/es que paralisam por conta das restrições financeiras”, pontuou.

Procurado para comentar as movimentações, o Ministério da Saúde não havia dado um posicionamento até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para futuras manifestações.


Programação também incluiu atos simbólicos

Atos simbólicos marcaram a paralisação nesta segunda-feira (19/4), confira alguns registros:


 



 

 

 


 

 

 
 
 
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*Estagiário sob a supervisão da editora Ana Sá

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