Estudos

Brasileiro é selecionado para pós-doutorado em instituto de Israel

Rodney Fonseca, de Fortaleza (CE), foi contemplado com bolsa pelo Instituto Weizmann de Ciências de Israel, em que irá desenvolver pesquisa com grandes bancos de dados

Mateus Salomão*
postado em 13/05/2021 17:02 / atualizado em 13/05/2021 17:38
Rodney Fonseca já tem título de doutor em estatística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) -  (crédito: Arquivo pessoal)
Rodney Fonseca já tem título de doutor em estatística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - (crédito: Arquivo pessoal)

O brasileiro Rodney Fonseca, 27 anos, foi selecionado pelo Instituto Weizmann de Ciências de Israel e terá a permanência custeada para um fazer um pós-doutorado na instituição. O pesquisador de Fortaleza (CE) irá desenvolver pesquisa com grandes bancos de dados, o que é conhecido como Big Data.

Rodney tem título de doutor em estatística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além disso, é mestre pela Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe) e graduado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), ambos em estatística.

Notícia foi recebida com surpresa

A oportunidade de atuar em uma universidade do exterior é uma realização pessoal para Rodney, que sonhava com a conquista desde quando estava na graduação. “Eu fiquei muito surpreso com o resultado da seleção”, conta.

Como era uma oportunidade aberta para candidatos de várias áreas de pesquisa, ele receou não ser um dos selecionados. “Mas sempre tinha uma esperança lá no fundo. Esse é um sentimento frequente em pós-graduação também, mas pelo menos nos motiva a tentar sempre o nosso melhor”.

Ainda no doutorado, Rodney teve a chance de passar um ano na Oregon State University, localizada nos Estados Unidos, a partir de oportunidade da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). “Foi muito bom para entrar em contato com diferentes problemas de pesquisa no tema que eu estava estudando no doutorado e também para ganhar confiança com o inglês”, observa.

Rodney explica que, por se tratar de um pós-doutorado, não deve assistir ou dar aulas, mas atuar em pesquisa. “Porém, não tem data de início determinada, isso depende da disponibilidade do professor que vai supervisionar a minha pesquisa e de quando eu vou poder viajar, o que não é possível neste momento devido à pandemia”, ressalta.


Rodney considera que a relevância do tema foi crucial

O processo de aplicação na instituição é um pouco diferente do que ocorre para a graduação no exterior. O doutor conta que precisou, em primeiro lugar, entrar em contato com um professor do instituto para saber se ele concordaria em ser o seu supervisor de pós-doutorado.

“No meu caso foi o professor Boaz Nadler, que gentilmente conversou comigo e analisou meu currículo antes de concordar em orientar o meu trabalho”, lembra. Após isso, ele elaborou um projeto de pesquisa que foi enviado para análise do instituto, junto ao currículo e outros documentos.

Foram também enviadas cartas de recomendação de professores. Rodney acredita que o que escreveram deve ter ajudado na aprovaçaõ. “Também acho que a relevância do tema de pesquisa foi crucial para o resultado, pois atualmente temos enormes quantidades de dados em diversos setores da sociedade (hospitais, delegacias, prefeituras, etc.), o que destaca a importância de fazer pesquisa nesse tema”, conta.

No futuro, quer incentivar pesquisas no Brasil

Rodney observa que o professor Nadler, que irá supervisioná-lo, é um dos pesquisadores que vem contribuindo significativamente nesse problema de estudar propriedades matemáticas e de se analisar grandes volumes de dados separadamente.

“Acho que seria muito útil poder adquirir esse conhecimento no Instituto Weizmann e ajudar a incentivar pesquisas nesse tema também no Brasil”, observa. Além disso, pretende, com o que aprender na instituição, ter boas condições de futuramente orientar alunos de pós-graduação em trabalhos relacionados ao tema.

Para completar, projeta cooperar em parcerias de projetos de pesquisa em inteligência artificial e ciência de dados no Brasil, como é o caso do projeto BI0S na Unicamp e o CEREIA na UFC.

*Estagiário sob a supervisão da editora Ana Sá

  • O instituto tem pesquisas nas áreas de física, química, biologia, bioquímica, matemática e ciências da computação. Na foto, um dos laboratórios do instituto
    O instituto tem pesquisas nas áreas de física, química, biologia, bioquímica, matemática e ciências da computação. Na foto, um dos laboratórios do instituto Foto: Instituto Weizmann de Ciências / Reprodução
  • O Instituto Weizmann de Ciências, localizado em Rehovot, Israel. Na foto, o acelerador de partículas da instituição
    O Instituto Weizmann de Ciências, localizado em Rehovot, Israel. Na foto, o acelerador de partículas da instituição Foto: Instituto Weizmann de Ciências / Reprodução

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