Pós Graduação

Brasileira é aprovada em cinco PhDs nos Estados Unidos

Bruna de Paula é de São Paulo e vai fazer doutorado na Universidade de Missouri, em agosto

Katherine Assis*
postado em 04/04/2023 14:37 / atualizado em 04/04/2023 14:40
 (crédito: Arquivo Pessoal )
(crédito: Arquivo Pessoal )

Bruna de Paula, paulista de 24 anos, irá embarcar para os Estados Unidos em agosto após ser aprovada em doutorado no curso de ciência política na Universidade do Missouri, onde ganhou bolsa integral de estudos mais auxílio adicional de 55 mil dólares. Além de Missouri, Bruna obteve aprovação em outras quatro instituições, estudando sozinha e por meio de materiais gratuitos.

Sem um grande histórico acadêmico, várias ações sociais e um ensino de referência, Bruna conta que o segredo para conseguir as inúmeras aprovações no exterior foi estudar os requisitos exigidos em cada universidade visada, além de produzir pesquisas de qualidade e criar boa rede de contatos para indicações e cartas de recomendação.

A jovem, que sempre estudou em escolas públicas, em 2019 se graduou em comércio exterior com bolsa integral de estudos na Universidade do Vale do Itajaí, em Santa Catarina. “Por conta de não ter condições de financiar os meus estudos, sempre fui atrás de oportunidades gratuitas e bolsas integrais”, afirma Bruna.

Apesar de não ter uma boa estrutura financeira e precisar trabalhar para se manter em Santa Catarina, visto que sua família é de São José dos Campos (SP), Bruna sempre nutriu o desejo de estudar fora. Sem grande experiência em pesquisas, por não ter tido condições de se dedicar integralmente à faculdade, para atingir a meta, o segredo foi ter confiança em si mesma e um objetivo claro.

“Após dois anos de formada, morando em São Paulo e estudando para concurso, percebi que o que eu realmente almejava era uma pós no exterior, então comecei a me aprofundar nas oportunidades nos Estados Unidos”, revela Bruna, que, inicialmente, até tinha dúvidas se era possível conseguir algum resultado tendo em vista seu histórico acadêmico, com média geral abaixo de oito pontos e apenas uma monografia produzida.

Dedicação total

Apesar dos indicativos ruins, Bruna resolveu entrar de cabeça nas pesquisas. Inicialmente, a jovem determinou que se aprofundaria nas relações civil-militares no Brasil e o impacto das mesmas no processo democrático do país. Em seguida, ela elaborou uma planilha indicando as universidades dos Estados Unidos que ofereciam vagas na área de estudos do seu interesse, os professores referência em cada uma delas e as exigências para participar do processo seletivo de PhD.

“Vasculhei sites e busquei me informar ao máximo. No início do processo também contei com a ajuda do cursinho gratuito PrepPós, da Fundação Estudar, que me ajudou com várias instruções sobre por onde começar e as melhores formas de ingresso no exterior ", revela. Segundo a estudante, sem um direcionamento inicial seria muito mais difícil alcançar as aprovações.

Bruna entrou de cabeça em entender cada detalhe do processo de escolha e por isso, decidiu investir em melhorar ao máximo seu histórico. Para isso, por meio de e-mails e videochamadas, ela criou uma rede de contatos com mais de 30 professores da área de ciência política no exterior, que a ajudaram com dicas e indicações. “Um dos meus focos principais era ter boas cartas de recomendações para enviar às universidades”, diz.

Em sua área de estudo, ela se dedicou a dois artigos que alçaram publicação em congresso na Universidade de São Paulo (USP). Por meio deles, ela também teve proposta acadêmica aprovada na Collumbia e foi aceita em grupos de estudos internacionais. Alcançar uma boa nota no Toefl (teste de inglês para uma língua estrangeira), também foi um dos seus objetivos principais. “Me dediquei dois meses a uma imersão de estudos para esse teste”, revela Bruna.

Após juntar todas as realizações, resultados e cartas de indicação recebidas, Bruna aplicou para 17 universidades estadunidenses e foi aprovada em cinco delas; também ficou na lista de espera em outra universidade. Em 24 de janeiro, chegou a primeira aceitação, em Missouri, onde ela escolheu cursar. “Além da aprovação em Missouri, também fui considerada uma das candidatas de melhor potencial e contemplada com uma bolsa de 55 mil dólares, o que vai me ajudar muito”, diz.

Bruna irá embarcar para os Estados Unidos em agosto. No momento, ela lida com o processo de visto e demais burocracias. “Minha história é uma prova de que todos podem estudar fora, não somente aquelas mentes brilhantes. Cidadãos comuns também podem. Basta força de vontade. Se eu consegui, muitos outros também podem”, ressalta.

Prep Pós-Graduação, Fundação Estudar

O curso PrepPós, da Fundação Estudar, é um preparatório gratuito para quem deseja se pós-graduar no exterior. Com 12 horas de aulas gravadas e workshops, nele, são abordadas possibilidades de bolsas, dicas de redução de custos de candidatura, estrutura dos testes de idiomas, cartas de recomendação e marketing pessoal. Inscrições podem ser feitas pelo link.

*Estagiária sob a supervisão de Ana Sá

 

 

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