Integração e desligamentos virtuais

postado em 07/08/2020 23:42
 (foto: Eco Automotive Bosch Service/Divulgação)
(foto: Eco Automotive Bosch Service/Divulgação)

Aos poucos, processos seletivos e demissões ganham um novo formato. Respeitando as medidas de isolamento social, empregadores têm buscado agilizar ambos procedimentos com a ajuda da internet. No que diz respeito às contratações, o especialista em gestão empresarial Diogo Forghieri destaca a elevação da utilização de ferramentas e plataformas digitais para seleção dos candidatos. “Percebe-se isso, acima de tudo em relação à quebra da cultura da ‘obrigatoriedade’ da entrevista presencial para tomada de decisão em relação ao profissional contratado”, acrescenta.

Sem dúvidas, sites de recrutamento on-line tornaram-se uma alternativa mais do que útil nos últimos meses. Nessas plataformas, além de cadastrar o currículo, é possível participar de diversas etapas virtuais para o cargo desejado e, em muitas delas, fazer videoconferências. Segundo Diogo, para que o andamento e a qualidade dos resultados dos processos seletivos não sejam afetados ao serem levados para o mundo on-line, os processos devem ser feitos de forma personalizada, respeitando as etapas de uma entrevista presencial.

“Hoje, diversas plataformas permitem uma interação entre RH, gestor e empregador com os candidatos, para que o processo ocorra de forma completa e com qualidade”, explica. Da mesma forma, as demissões também estão se modernizando. Com a promessa de oferecer um desligamento mais humanizado e menos burocrático, a startup Medei atendeu a mais clientes durante a pandemia. “As empresas tomaram consciência da necessidade de a demissão ser um término de relacionamento. Por isso, cada vez mais, há uma preocupação com o estado emocional deste desligamento”, explica a CEO e co-fundadora Fernanda Medei.

Formada em direito pela Universidade do Grande ABC (UniABC), com especialização em direito tributário, ela explica que a startup busca acolher o ex-funcionário e o ajuda a entender valores pagos e como sacar os benefícios sociais de forma ágil e eletrônica. Dessa maneira, a empresa que o desligou tem a chance de mostrar que está protegendo os direitos trabalhistas da pessoa e promove transparência ao processo.

“O trabalho da empresa ao desligar deve ser o mesmo da admissão: embora essa pessoa não faça mais parte do quadro de funcionários, é preciso cuidar dela. O ex-funcionário vivencia, no momento da demissão, o sentimento de luto. Se a demissão é malfeita, este sentimento pode perdurar por anos, e o ex-funcionário tem suas chances reduzidas ao tentar se recolocar no mercado”, diz.

Com certeza, tratar as demissões de forma mais humanizada é uma tendência pós-pandemia, avalia a CEO da Medei. Fernanda afirma que lidar com o fim do contrato dessa forma é, também, uma solução para proteger a reputação da empresa. “Os desligamentos conduzidos de forma equivocada são reproduzidos em redes sociais, minando a marca empregadora e consumidora da empresa”, adverte.

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