Eu, Estudante

Empregabilidade garantida

Sem crise: conheça profissionais que conquistaram vagas na área de saúde e educação em 2020

Maria Lua dos Reis Bento, 19 anos, é estudante do quarto semestre de farmácia na Universidade de Brasília (UnB). Recentemente, conseguiu um emprego como atendente de farmácia, não em balcão, mas com foco em atender clientes por telefone, para tele-entrega. Trata-se do primeiro trabalho com carteira assinada da jovem.

“Antes, eu trabalhava em uma distribuidora, aí minha mãe e eu vimos essa vaga em um site e enviamos meu currículo. Em pouco tempo, fui chamada”, lembra. A ocupação mostrou para Maria uma vertente da profissão. “Eu ainda não sei em qual área atuarei, já que há tantas no meu curso, mas deu para ver um pouco do dia a dia em uma farmácia”, conta.

Arquivo pessoal - Maria Lua, estudante de farmácia na UnB

“Eu acredito que, quando me formar, será fácil conseguir um posto, já que é um setor que tem muitas vagas. Por exemplo, na farmácia, sempre tinha pessoas novas entrando. Além disso, tem mais de 10 áreas na minha profissão, então, sei e espero que seja tranquilo”, afirma.

Chance de fazer o que ama

Apesar de enfrentar o risco de contágio do novo coronavírus todos os dias, Renato Rabelo, 31, não podia estar mais feliz. O técnico em enfermagem pelo Colégio Logos conseguiu, em 2020, o posto que ele tanto queria: trabalhar em uma empresa de grande porte na área da saúde. Atualmente, ele faz parte do quadro de colaboradores do Laboratório Sabin.


“Eu sempre tive vontade de trabalhar no Sabin, por ser uma empresa de grande porte e reconhecida, mas, até então, não conseguia uma vaga disponível”, conta. “Eu estava trabalhando na minha área, mas queria uma oportunidade lá. Foi quando vi, em junho, no site da empresa, um processo seletivo para trabalhadores temporários. Eu me inscrevi sem pensar duas vezes”, lembra.

Sabin/Divulgação - Renato Rabelo, técnico de enfermagem

Um mês depois, em julho, Renato começou a atuar como colaborador temporário no local de testes de covid-19, no drive-thru instalado no TaguaParque, em Taguatinga. Lá, o técnico em enfermagem trabalhava em escala alternada, dia sim e dia não. Em um dia, a jornada chegava a até 10 horas.

Quatro meses depois, ele foi efetivado no quadro fixo. “Consegui uma oportunidade e mostrei meu trabalho, toda minha experiência desde quando me formei na área, em 2009. Assim, consegui a efetivação”, conta, empolgado. A felicidade de Renato também está em ver colegas de profissão conseguirem espaço para trabalhar.

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“Dos seis técnicos que trabalham no drive thru do Taguaparque, apenas eu estava empregado antes de conseguir o posto lá. Então, este tempo foi primordial para dar oportunidade a essas pessoas”, declara. Ele também acredita que os profissionais de todas as áreas da saúde puderam ter o reconhecimento devido a partir da pandemia.

“O mundo inteiro percebeu a importância de um trabalho conjunto de todas as especialidades, a atuação de uma equipe multidisciplinar, com técnicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos e psicólogos”, afirma. “Todos são essenciais para proporcionar o melhor para o paciente”, diz.

Reinserção em videoaulas

Arquivo pessoal - Igor Barreto, técnico em produção de áudio e vídeo

Igor Barreto, 26 anos, técnico em produção de áudio e vídeo pelo Instituto Federal de Brasília (IFB), enxergou essa possibilidade na EaD. O brasiliense ficou quatro meses fora da área de atuação, após ser desligado, no começo da pandemia, de uma faculdade em que atuava como operador de estúdio.

“A instituição em que eu estava tinha o foco muito presencial e, com a pandemia, não tiveram tempo nem recursos para se adaptar ao ambiente virtual”, lembra. “Então comecei a trabalhar em uma farmácia, porque foi a vaga que encontrei primeiro, para manter minha família, ainda mais porque tenho uma filha pequena”, conta.

Igor não deixou de procurar vagas na área e, em agosto de 2020, conseguiu o posto atual, de operador de estúdio no Gran Cursos Online, preparatório para concursos. “Vi a vaga em um site e tentei. Em mais ou menos um mês, fui chamado e já estava na minha área novamente”, comemora.

O operador comanda um estúdio e auxilia na gravação e transmissão de aulas, por meio de uma escala. Apesar da rotina cheia, com muitas aulas, ele está satisfeito. “Eu estou muito feliz, acho que esse é o melhor emprego que tive até hoje. O ambiente é muito bom e é na minha área, é o que eu gosto de fazer”, diz.

Igor também acredita que a pandemia abriu mais espaço para profissionais de audiovisual no mundo do ensino. “Pelo menos na parte de educação digital, a distância, a demanda tem aumentado e isso proporciona mais vagas. Acho que o futuro continuará trazendo muitas oportunidades para nós”, afirma.

 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa