Potencialidade

A prática leva ao sucesso, afirma egressos

Professores também afirmam que cursos técnicos profissionalizantes garantem visão mais ampla de futuro

Arthur Vieira*
postado em 27/03/2022 00:01
 (crédito: Fotos: Arquivo Pessoal)
(crédito: Fotos: Arquivo Pessoal)

 

Estudantes que cursaram o ensino técnico afirmam que a experiência foi decisiva para ingressar no mercado de trabalho, encarar concursos públicos com mais tranquilidade e seguir na vida acadêmica. Para professores que atuam em instituições que oferecem cursos profissionalizantes atrelados ao ensino médio, além de garantir uma visão mais ampla de carreira, a formação técnica amplia as potencialidades de cada indivíduo.

 

Daianne Costa

Daianne Costa, 18 anos, é exemplo de estudante que soube aproveitar as várias possibilidades que o ensino técnico pode proporcionar. Ela estudou no campus de São Sebastião do Instituto Federal de Brasília (IFB), onde, além do ensino médio, fez o curso técnico de administração. "Sempre achei que fosse melhor para a minha carreira", relata. Ela escolheu o curso por influência da mãe, formada em Recursos Humanos. Ainda na escola, Daianne conseguiu uma vaga de estágio na Novacap, onde trabalha até hoje na área administrativa.

Daianne conta que a entrada no mercado foi importante para seus planos de carreira. Ela quer tentar concurso público, e diz que o ensino técnico foi fundamental para adquirir experiência necessária para encarar os exames. "Creio que lá na frente isso vai me ajudar muito. O mercado necessita de pessoas com curso técnico". Mesmo já trabalhando na área e buscando concursos, Daianne ingressou na faculdade. Cursa administração e conta que os estudos no Instituto Federal de Brasília (IFB) a ajudaram a trilhar este caminho. Afirma ainda que pretende estimular outros estudantes a fazer o mesmo. "Com o ensino técnico eles vão ter mais ideia do que fazer na faculdade", diz.

Dimitri Chaves

Assim como Daianne, Dimitri Gabriel Chaves, 19, também teve a oportunidade de entrar cedo no mercado de trabalho por conta do ensino técnico, assim como obter melhor preparo para o superior. Ele cursou eletromecânica, também no IFB, no campus de Taguatinga, e ainda no ensino médio teve contato com diversas experiências características da profissão. "Muitas vivências que passávamos no IFB eram iguais as do mercado de trabalho", afirma. Dimitri conta que teve muita liberdade para criar projetos na instituição, e isso colaborou para que tivesse uma melhor preparação para o emprego. 

Pouco antes de se formar, Dimitri conseguiu uma vaga de estágio em uma empresa fabricante de máquinas siderúrgicas. Ele conta essas vivências foram de extrema importância para sua formação. "Eu devo tudo ao ensino técnico. Sem ele não teria conseguido sequer me colocar no mercado de trabalho", conta. Depois de meses estagiando, Dimitri foi contratado e teve sua carteira assinada, o que alavancou sua autoestima e carreira, já que contribuiu para que se colocasse em outra empresa, com salário melhor. 

Como tinha vontade de se aprofundar ainda mais na área mecânica, Dimitri também quis cursar uma faculdade e conseguiu ingressar na UnB em Engenharia Mecânica, onde estuda atualmente. Ele não só deseja atuar no processo de fabricação das máquinas, como também na criação e planejamento de equipamentos modernos, experiência já vivida, justamente por conta dos seus projetos no IFB. Muitos deles envolviam protótipos de máquinas que são utilizadas por diversas empresas atualmente, o que fez com que se destacasse e fosse indicado para várias empresas. "Eu quero ter uma base prática e teórica excelentes", declara.

O que dizem os professores

Segundo Veruska Machado, professora e gestora de ensino do IFB, na sociedade atual, , que se mostra cada vez mais complexa ao longo dos anos, o ensino técnico é de extrema importância para a formação de profissionais. “A gente não só se preocupa com o trabalho a ser exercido, mas com o cidadão que vai exercer as funções. Os estudantes precisam entender não só o que fazer, mas também por que fazer, para que fazer e como fazer”, diz. Para ela, o ponto chave do sucesso do ensino técnico na preparação de jovens é a dupla capacitação, tanto para o mercado de trabalho quanto para entrar no ensino superior, de forma mais amadurecida.

Ela avalia ainda que a formação técnica fornece uma visão mais ampla de carreira para os estudantes, oferecendo maior leque de opções, algo que aqueles que só possuem formação no ensino médio nem sempre têm conhecimento. “Acho que muitos jovens saem do ensino médio despreparados por conta desse limite de possibilidades. Eles são preparados somente para o ensino superior, e não há só essa saída”, afirma. A professora ainda conta que o curso técnico integrado ao ensino médio faz com que os jovens explorem suas potencialidades, justamente para que não fiquem presos à ideia do trabalho como uma necessidade financeira, mas também uma oportunidade de ascender socialmente em vários aspectos.

Mesmo com os planos do Novo Ensino Médio de oferecer o ensino técnico em todas as escolas do país, Veruska ainda tem preocupações quanto à forma que este processo será efetivado. Segundo ela, o grande risco reside no fato de o ensino ficar restrito à técnica por si só, e de não apresentar uma base sólida para este aprendizado. Para ela, o modelo de ensino ofertado nos institutos federais poderia ser adotado pelas escolas, além de ser mais divulgado pelas secretarias de educação do país. “Se quisermos caminhar para uma sociedade mais justa e equânime, precisamos mais deste tipo de formação nas escolas”, salienta.

Para Paulo Cabral, professor de agronomia e agroecologia no câmpus Planaltina do IFB, o baixo número de alunos matriculados em escolas de ensino técnico ocorre também pelo estigma de que o Ensino Superior é a única forma de se qualificar para o mercado, o que, para ele, explica a baixa oferta de cursos e até desestimulação dos estudantes em buscar educação profissional. Ele defende maior investimento na formação técnica, o que resultaria na ampliação no número de instituições, além de contratação de professores, permitindo com que a carga horária se flexibilizasse e o ensino fosse ainda mais qualificado.

Além disso, Paulo defende que o ensino técnico ofereça uma visão mais humanista na formação profissional dos estudantes. Assim como Veruska, ele tem preocupações em relação à forma como o ensino técnico será lecionado na proposta do Novo Ensino Médio. “Com a nova proposta, o ensino fica só na técnica pela técnica, e não a técnica aplicada à uma formação crítica. Dessa forma, a gente só forma mão de obra e não um trabalhador pleno”, reitera.

  • Daianne Costa - ex-estudante IFB
    Daianne Costa - ex-estudante IFB Foto: Arquivo Pessoal
  • Dimitri Chaves - 
ex-aluno do IFB
    Dimitri Chaves - ex-aluno do IFB Foto: Arquivo Pessoal

Onde Estudar

  • Centro Cenecista de Educação Profissional Felipe Tiago Gomes (CNEC)
    Situado na Asa Norte
    Site: colegios.cnec.br/brasilia
    Telefone: 3272-3233
  • Centro Educacional 02 do Cruzeiro (CED 02 - Cruzeiro)
    Situado no Cruzeiro Novo
    Telefone: 3234-4492
  • Centro Educacional D’Paula (Cedep)
    Aulas à distância
    Site: www.eadcedep.com.br
    Telefone: 3349-5592
  • Centro Educacional Irmã Maria Regina Velanes Regis
    Situado na DF 430 Rodeador, Brazlândia
    Telefone: 3501-0113
  • Centro Educacional Stella dos Cherubins Guimarães Trois
    Situado no Setor Tradicional, Planaltina
    Telefone: 3388-7930
  • Centro de Educação de Jovens e Adultos da Asa Sul (CESAS)
    Situado na Asa Sul
    Telefone: 3901-2605
  • Centro de Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional a Distância de Brasília (CEJAEP EaD)
    Aulas à distância
    Site: cejaep.se.df.gov.br/
    Telefone: 3901-7952 (ramal 3)
  • Centro de Educação Profissional Articulado do Guará Teresa Ondina Maltese (CEPAG)
    Situado no Guará II
    Site: www.cepag.se.df.gov.br/
    Telefone: 3901-6653
  • Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (CEMEIT)
    Situado em Taguatinga Norte
    Telefone: 3901-8206
  • Centro de Ensino Médio Integrado do Cruzeiro (CEMI - Cruzeiro)
    Situado no Cruzeiro Velho
    Telefone: 3901-7790
  • Centro de Ensino Médio Integrado do Gama (CEMI - Gama)
    Situado no Setor Oeste do Gama
    Site: www.cemigama.org.br/
    Telefone: 3901-8250
  • Centro de Ensino Tecnológico de Brasília (Ceteb)
    Situado na Asa Sul e Taguatinga
    Site: www.ceteb.com.br
    Telefone: 3218-8300
  • Centro Técnico Lina Oliveira
    Situado na Asa Sul
    Site: www.linaoliveira.com
    Telefone: 97401-1441
  • Escola de Música de Brasília (EMB)
    Situada na Asa Sul
    Site: www.emb.se.df.gov.br
    Telefone: 3901-6760
  • Escola Técnica de Brasília (ETB)
    Situada em Águas Claras
    Site: www.etb.com.br
    Telefone: 3901-6767
  • Escola Técnica de Ceilândia (ETC)
    Situada em Ceilândia Sul
    Site: etcdf.com.br
    Telefone: 3901-7545
  • Escola Técnica de Planaltina (ETP)
    Situada entre as Avenidas Controno e Independência
    Site: www.etecsaude.com.br
    Telefone: 3244-0356
  • Instituto Federal de Brasília (IFB)
    Campus na Asa Norte, Ceilândia, Estrutural, Gama, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Samambaia, São Sebastião e Taguatinga
    Site: www.ifb.edu.br
    Telefone: 2103-2100
  • Instituto Técnico de Educação de Brasília (Iteb)
    Unidades na Asa Sul e em Sobradinho
    Site: www.itebdf.com.br
    Telefone: 3485-1515
  • Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac)
    Unidades na Asa Sul, Ceilândia, Gama, Sobradinho e Taguatinga
    Site: www.df.senac.br
    Telefone: 3313-8877
  • Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai)
    Unidades em Brazlândia, Gama, Setor de Indústrias Gráficas, Sobradinho e Taguatinga
    Site: www.sistemafibra.org.br/senai
  • Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat)
    Situado em Samambaia Norte
    Site: www.sestsenat.org.br/brasilia
    Telefone: 3458-9200
  • Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)
    Situado na Asa Sul
    Site: www.senardf.org.br
    Telefone: 3047-5406

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