Planaltina ganhou um defensor e admirador obstinado quando nasceu Luiz Cláudio Campos. Retribuir todo o carinho à cidade que o acolheu desde a infância, mesmo com todas as dificuldades sociais e financeiras que se impuseram ao longo do caminho, tornou-se um dos seus principais objetivos de vida. E foi por meio da educação que ele viu a possibilidade de concretizá-lo.
Luiz Cláudio não nega, porém, que o resultado alcançado foi diferente do que havia sonhado. "Eu nunca pensei em ser professor. A minha intenção, quando jovem, era ser administrador de empresas. Mas, no meu tempo, quando terminei o ensino médio, não tinha PAS (Programa de Avaliação Seriada, da Universidade de Brasília) ou Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), tinha que fazer o vestibular na UnB, que era muito concorrido, ou você fazia faculdade particular, que eu não tinha condição", detalha.
Em um tempo de possibilidades limitadas, sem as opções que a expansão da rede de ensino superior permitiu e as oportunidades abertas pelo Sistema de Cotas para Escolas Públicas, Luiz Cláudio explica que aproveitou a chance que viu de ascensão econômica e social. "Abracei a primeira oportunidade que surgiu: o vestibular da UEG (Universidade Estadual de Goiás). Passei em sétimo, e comecei a ter gosto pela profissão. Quando terminei meu curso, no primeiro concurso que eu fiz, eu passei, na colocação 146 à época."
Era o concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Foi aí que a vida de Luiz Cláudio tomou um rumo definitivo. Em 1999, a convocação o levou ao chão da escola — lugar de onde já saiu e voltou algumas vezes, alternando com cargos de gestão. Formado em geografia e com habilitação para dar aulas de sociologia, trabalhar com jovens e adolescentes do ensino médio era a sua praia. "Uma conquista minha como professor de ensino médio é hoje conhecer ex-alunos meus que são profissionais conceituados: advogados, professores, juízes, engenheiros", elenca.
Em 2014, no entanto, assumiu uma missão diferente, a de estar à frente do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) Assis Chateaubriand, na cidade em que cresceu. A escola atende a mais de 1,2 mil crianças de 4 a 12 anos, da educação infantil às séries iniciais do ensino fundamental.
Ao chegar, se deparou com as dificuldades no processo pedagógico e na área administrativa. Por meio da parceria com a comunidade escolar, iniciou a reformulação do Projeto Político-Pedagógico (PPP) do Caic, essencial para os resultados alcançados até hoje. O principal deles, orgulha-se o diretor, é ajudar no combate à criminalidade.