Eu, Estudante

MOBILIZAÇÃO

Equipe de robótica da UnB cria vaquinha para participar de competição internacional

Os estudantes vão representar o Brasil na conferência de desenvolvimento e aplicação de drones, que ocorrerá na Holanda

A equipe de robótica aérea da Universidade de Brasília (Edra/UnB) vai representar o Brasil na 13ª International Micro Air Vehicle (IMAV), conferência de desenvolvimento e aplicação de drones em situações específicas. O evento ocorre entre 12 a 14 de setembro em Delft, na Holanda. Sem verba ou patrocínio, o time da UnB marcará presença, por meio de vaquinha on-line.

A cada ano, a reunião ocorre em um país diferente. A edição de 2020, que seria realizada no México, foi cancelada em decorrência da pandemia do coronavírus. A conferência do IMAV reúne estudos científicos relacionados com os Microveículos Aéreos (MAVs), desde a aerodinâmica e o design de pequenos drones até o controle desses objetos por meio de inteligência artificial. A conferência é sempre combinada com competições do mundo real que visam trazer a teoria para a prática e avanço de pesquisas científicas e acadêmicas. O IMAV 2022 será organizado pela Universidade de Tecnologia de Delft (TU Delft).

“É bom receber esse reconhecimento. A gente sabe das dificuldades da área da tecnologia aeroespacial, principalmente do financiamento, mas saber que conseguimos desenvolver um trabalho durante a pandemia e ainda conseguir ser selecionado, torna tudo muito especial”, diz o estudante de engenharia mecatrônica Álamo Conrado, 21 anos, que compõe a equipe e atua na área de design estrutural para drones autônomos e também é responsável pelo marketing do projeto nas redes sociais.

Segundo ele, para desenvolver um drone, é necessário percorrer etapas como traçar o layout do modelo, criar um software específico e depois partir para a fabricação. Eles desenvolveram a primeira parte em 2020, de forma remota, e, em 2021, se reuniram para montar o equipamento, com auxílio de impressoras 3D.

Conrado conta que a equipe consegui R$ 1.500 por meio de editais da universidade, para comprar todo o material destinado à produção do equipamento, porém como fabricar um drone fica em torno de R$ 4.000, o restante saiu dos bolsos dos membros. Ele afirma que, mesmo com a contribuição mensal de R$ 20, não foi possível custear todo o processo. Em função disso, eles buscam outras maneiras para angariar fundos, como vender rifas.

Arquivo Pessoal - .

Uma das etapas da competição é a análise minuciosa de uma estufa de plantação de tomates, Tomatoworld. Nessa modalidade, a equipe deve realizar, em 10 minutos, o maior reconhecimento de imagem possível, identificando e mapeando os frutos estragados.

“No Brasil, a gente ainda engatinha quando o assunto é investir na área de ciência aeroespacial. Mas é bom destacar que qualquer tecnologia é feita a partir de pesquisas e estudos, sempre gerando retorno. Então o investimento não é jogado fora”, defende.

O projeto da Edra abre processos seletivos, anualmente, para qualquer estudante da UnB. Para participar, os interessados não precisam cursar engenharia mecatrônica. No entanto, a entidade costuma aceitar pessoas de áreas correlatas.

Conrado ressalta que a vaquinha on-line foi a única alternativa encontrada para driblar a barreira da dificuldade de investimento em projetos inteiramente estudantil. Segundo ele, ainda estão abertas duas destinadas à viagem, de caráter coletivo e individual, sendo a última de responsabilidade de cada membro da equipe. O objetivo é arrecadar R$ 35 mil até o dia 25 de julho. Até o momento, a equipe recebeu R$ 1.888,70. Para ajudar a financiar a viagem, acesse os links bit.ly/3z2Tssz e bit.ly/3MUWp2I.

A página da Edra no Instagram @edraunb conta com mais de 700 seguidores e traz conteúdos ligados ao universo da ciência aeroespacial.

 

* Estagiária sob a supervisão de Jáder Rezende