Dotado das mais avançadas tecnologias, o novo Centro de Ensino e Pesquisa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein será inaugurado no segundo semestre deste ano, no bairro Morumbi, Zona Sul de São Paulo, mas passará a funcionar, a partir deste mês como o mais novo núcleo de estudos do país. De acordo com a instituição, existem, hoje, 793 projetos de pesquisa em andamento.
Presidente da Sociedade Israelense Albert Einstein, Sidney Klajner destaca que novo centro abre caminho para a instituição alcançar a meta de se tornar um dos 10 melhores lugares do mundo para realização de pesquisas. Mais do que isso, afirma ele, a organização quer contribuir para reverter o quadro de fuga de “cérebros” para o exterior, em função da falta de investimentos na área, retendo talentos da saúde no Brasil.
Orçada em R$ 700 milhões, a nova unidade vai funcionar ao lado do hospital da rede, reconhecida pela qualidade de atendimento e equipamentos de ponta para o tratamento dos principais tipos de patologias. Além de pesquisas sobre genética molecular e terapia celular, são desenvolvidos estudos sobre anemia falciforme, febre reumática e covid-19. Estudos comprovando a ineficácia de medicamentos contra a covid-19, como ivermectina e cloroquina, por exemplo, foram conduzidos por cientistas do Eisntein.
“Desde sua fundação, em 1955, o Einstein tem por missão a construção e a disseminação do conhecimento na área da saúde, e isso se dá de forma interconectada com a assistência e com a responsabilidade social. Não é por acaso que hoje somos referência na formação de profissionais da saúde e de áreas correlatas e na produção de conhecimento científico, com cerca de mil publicações científicas no último ano”, diz Klajner. “Nesse espaço de conhecimento, dissecaremos a essência humana, da saúde e das doenças, aprenderemos, sempre calcados na ciência, e formaremos profissionais líderes do setor, capazes de aperfeiçoar o sistema de saúde e levar vidas mais saudáveis a cada vez mais seres humanos”, completa.
O projeto do novo complexo é assinado pelo arquiteto israelense Moshe Safdie, 83 anos, que criou o Museu do Holocausto, em Jerusalém. Dotada de teto transparente e paredes de vidro, a edificação já é vista como um templo de debates sobre inovação, tecnologia e inspiração para o desenvolvimento da medicina no país. Totalmente automatizada, a edificação contará com tecnologias que garantam eficiência energética, climatização e respeito ao meio ambiente. Um jardim interno cuidadosamente planejado, com espécies da Mata Atlântica e monitoramento de fotossíntese, complementam a proposta de um ambiente acolhedor
Ex-aluno da Universidade de Brasília (UnB), o diretor de Pesquisa da instituição, Luiz Vicente Rizzo, esbanja euforia ao comentar sobre as novas instalações. “A obra transmite sentimento. É um verdadeiro monumento ao conhecimento, com instalações fronteiriças. As pessoas veem a ciência sendo feita. É uma janela de esperança, um aspecto simbólico para o Brasil e para a humanidade”, diz.
Aluna do 3º ano de medicina, Mariana Netto Otsuka, 22 anos, que começou a estudar no novo centro neste ano, revela ter ficado maravilhada com as novas instalações. “Me surpreendeu bastante e também aos meus colegas. Ficamos todos muito impressionados com a qualidade e as dimensões da estrutura, a imensa área verde e os ambientes integrados. As salas de aula são muito bem equipadas, assim como os laboratórios”, afirma. Segundo ela, motivos mais do que suficientes para motivar a todos a se aprofundarem ainda mais nos estudos e seguir na carreira.
Antes mesmo de sua conclusão, a obra já conta com um dos principais certificados de construções sustentáveis do planeta: a Certificação Leed Gold. Os 44 mil metros quadrados do espaço foram planejados para receber 6.300 pessoas diariamente.
O Einstein oferece cursos de graduação, pós-graduação, residência médica, técnicos, de atualização presenciais e a distância, além de oferecer treinamentos institucionais avançados em saúde e eventos científicos. Neste ano, o Ensino Einstein tem como meta dobrar a oferta de cursos de graduação, de três para seis ao todo. A faculdade passará, ainda, a ter administração de organizações de saúde, engenharia biomédica e odontologia (ainda pendente de publicação no Diário Oficial da União). “Estamos crescendo de forma agressiva”, afirma Alexandre Holthausen, diretor de Ensino do Einstein.