Inspirado em situações do dia a dia e no sofrimento causado a muita gente durante o período de isolamento imposto pela pandemia, o designer gráfico brasiliense Darlin Macedo, 29 anos, criou a página Home office é ruim, que está bombando no Instagram. Em pouco mais de um ano, arregimentou mais de 32 mil seguidores e passou a receber propostas de empresas para divulgar suas marcas por meio de publiposts.
Até o momento, Darlin emplacou 538 publicações, todas pautadas pelo bom humor, como “Pra mim, não existe 'emprego dos sonhos'… Todos os meus sonhos consistem em não trabalhar”, “Home office é ruim, bom é voltar do almoço atrás de um grupão que ocupa a calçada inteira andando bem devagar”, e “Home office é ruim, bom mesmo é sentir uma raiva profunda e ter que ser amável porque está no escritório”.
Para ele, a paixão pelo trabalho remoto foi tanta que até hoje mantém essa modalidade. Na empresa que atua, tanto a chefia quanto os colegas de trabalho seguem e comentam as publicações.
Sua próxima cartada, revela, é “fazer zoação” também com a Copa do Mundo, acompanhando a mesma pegada do home office, como “Bom mesmo é o chefe te liberar para assistir aos jogos sossegado”. Sobre o sucesso Darlin afirma ter sido uma “surpresa inesperada”. “É surreal. Tudo está acontecendo muito rápido. Pensei apenas em criar uma página durante a pandemia para deixar mais leve a vida da galera”, conta. “Vi que muita gente estava entrando em depressão e foi uma forma de tentar amenizar um pouco tanto sofrimento.”
Darlin já recebeu proposta de seis empresas e está bastante animado com a possibilidade de aumentar sua renda. Atuando na área de comunicação e marketing de uma corporação, ele recebe salário de R$ 3.200.
Ao concretizar as propostas e ainda trabalhando em casa, calcula rendimento mensal extra de R$ 5 mil. “Já fiz os cálculos. Com cinco posts no feed, mais três vídeos por mês, durante três meses posso faturar até R$ 15 mil”, diz. Mesmo assim, assegura, não está em seus planos abandonar o emprego. “Gosto do que faço e todos são bem legais”, conta.
A possibilidade do dinheiro extra, com a concretização das propostas recebidas, afirma ele, não poderia vir em melhor hora. “Vai ajudar em várias coisas, como comprar um carro, fazer uma viagem bacana e terminar as obras da casa. Enfim, melhorar a minha qualidade de vida”, planeja.
O designer gráfico conta, ainda, que na elaboração dos posts, costuma levar em conta dicas dos próprios seguidores que se identificam com a página, a maioria mulheres, que representa pelo menos 70% de seu público.