Sem seleções há onze anos, o concurso oferecido pela diretoria-geral do Senado Federal oferece 22 vagas imediatas para vários cargos no Distrito Federal. Além de oportunidades para técnico legislativo, advogado e consultor legislativo, o edital oferece, ainda, outras 980 vagas para cadastro reserva, com salário de até R$ 33 mil. As inscrições se encerram nesta segunda-feira (26), com taxas entre R$ 55 e R$ 94.
Segundo Victor Tanaka, especialista em concursos públicos da Estratégia Concursos, empresa especializada em cursos on-line preparatórios, este é um dos editais mais esperados pelos concurseiros do país. No entanto, as vagas imediatas oferecidas são poucas. "São apenas 22, muito pouco perto da demanda e quantidade de cargos vagos no Senado Federal. Se considerarmos também o cadastro de reserva, que são 980 vagas, é um número que começa a ficar mais palpável para conseguir suprir a demanda de aposentadoria do Senado", explica Tanaka.
Ainda de acordo com o especialista, o último edital, em 2011, recebeu cerca de 158,7 mil inscrições. A expectativa é de que, neste ano, o número seja ainda maior. "Dado o cenário do Brasil, ao salário do concurso e também ao número de candidatos", completa Victor.
Para os candidatos, a parte mais temida é a banca realizadora das provas. Neste edital, a empresa contratada foi a Fundação Getúlio Vargas (FGV), conhecida pela alta complexidade na elaboração de seus enunciados. De acordo com Fernando Mesquita, especialista da Gran Cursos, "resolver questões da banca é uma forma de conversar com ela e entendê-la. A banca é como se fosse o portão que separa o candidato do seu cargo público. É o desafio da esfinge de Tebas, que diz 'decifra-me ou te devoro', e a FGV gosta especialmente de 'devorar' candidatos", aconselha.
Entre as questões mais temidas figuram as da língua portuguesa, por serem mais complexas. Por outro lado, as provas da FGV são sempre de múltipla escolha, com cinco alternativas, enunciados e textos longos. Mesquita também, adverte que a prova escrita costuma ter muita relevância para a banca, chegando ao ponto de equivaler ou até superar os pontos previstos para a prova objetiva.
O advogado Rafael Medeiros Lages, 29 anos, espera para fazer a prova há cinco anos e está concorrendo ao cargo de analista de processo legislativo. Para ele, a dificuldade está justamente na prova de língua portuguesa. "As questões são muito complicadas, tem que ler mais de uma vez e às vezes ainda não dá para entender", diz.
Ele afirma, ainda, que estuda de três a quatro horas diárias e repassa a dica: "O momento do pós-edital é o mais importante. Precisa de tempo para estudar, de no mínimo quatro horas seguidas todos os dias. Tem que fazer anotação, revisão, mapas mentais", aconselha Lages.
O candidato conta que pediu demissão do escritório particular onde trabalhava para se dedicar aos estudos e escolheu fazer a prova pela remuneração atrativa, pelo local de trabalho e pela carga horária. Os especialistas destacam que essas são as maiores vantagens. Entre as desvantagens, estão a concorrência qualificada e o pouco tempo para estudar todo o conteúdo.
O que diz o edital?
Vagas: 22 CR
Cargos: Analista legislativo
Especialidade: administração; arquivologia; assistência social; contabilidade; enfermagem; informática legislativa; processo legislativo; engenharia do trabalho; engenharia eletrônica e telecomunicações; registro e redação parlamentar.
Advogado — Consultor legislativo
especialidade: assessoramento legislativo; assessoramento em orçamentos
Técnico legislativo
especialidade: policial legislativo
Salário: entre R$ 4.449,16 e R$ 33.461,68.
Taxa: entre R$ 55 e R$ 94
Inscrições: encerradas
Estagiária sob a supervisão de Ana Sá