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Potência audiovisual

Erika Candido, da Kilomba Produções, participa, em Berlim, de um programa de treinamento audiovisual em mercados internacionais

Carmen Souza
postado em 12/03/2023 06:00 / atualizado em 12/03/2023 06:00
Erika Candido, produtora executiva da Kilomba Produções -  (crédito: Divulgação)
Erika Candido, produtora executiva da Kilomba Produções - (crédito: Divulgação)

Em Berlim

Erika Candido, da Kilomba Produções, acaba de voltar do Festival de Berlin, onde teve uma experiência "transformadora". A premiada produtora é uma das cinco profissionais negras de audiovisual selecionadas pelo Programa Nicho Executiva, do instituto NICHO 54, que oferece treinamento e intercâmbio profissional em mercados internacionais. "A experiência de estar em Berlim me permitiu acessar novos mercados, um novo mundo de produção de cinema. Significa que podemos não só acessar financiamentos nacionais, como nos apresenta possibilidades de coproduções e financiamentos estrangeiros", conta a carioca, cria de Vicente de Carvalho, que assina obras como Kbela, Uma paciência selvagem me trouxe até aqui e o longa-metragem Elza Infinita.

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. (foto: Divulgação)

Pelo mundo

A estadia na Alemanha foi só o começo. O programa Nicho Executiva prevê outras viagens internacionais, com mentorias e presença em grandes mercados do cinema mundial, afirma a produtora executiva. Erika também faz questão de ressaltar o aspecto multiplicador da experiência. "Uma vez que a Kilomba expande e domina novos espaços e mercados, isso faz com que a gente leve uma equipe junto nessa caminhada. Faz com que projetos de cineastas que acreditam no nosso potencial e trabalho possam também circular junto com a gente. E é isso que a gente acredita aqui dentro da produtora", diz. Fundada em 2018, a empresa de criação e produção de conteúdos também conta com os talentos de Natara Ney (roteirista) e Monique Rocco (produtora executiva).

Participe

Incentivo à liderança em conselhos

Estão abertas até o próximo dia 31 as inscrições para a quarta turma do Conselheira 101, um programa de incentivo à diversidade de gênero e étnico-racial nos conselhos de administração, consultivos e comitês de empresas brasileiras. As escolhidas participarão de eventos, presenciais e remotos, voltados para a ampliação de conhecimento de liderança feminina, além de ampliar a rede de contatos com a comunidade de governança corporativa. Para participar, é preciso se declarar negra ou indígena, ter ao menos 10 anos de experiência e no mínimo cinco anos de atuação em posição de liderança (cargo sênior). A seleção terá duas etapas: análise de currículo e entrevistas virtuais com as pré-aprovadas. Lançado em 2020, o programa sem fins lucrativos já beneficiou 62 executivas negras, sendo que quase a metade conquistou posições em conselhos e comitês de assessoramento. O grupo deste ano começará a se reunir em 2 de maio.

21 de março estreia com festas

Federal

Não vão faltar celebrações institucionais no primeiro Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, em 21 de março. O Ministério da Igualdade Racial prepara um grande evento para a data, com o intuito de lembrar também os 20 anos das políticas ligadas à área no Brasil. Os planos são de anunciar novos programas e medidas no evento, que deve contar com a presença de Lula. O presidente sancionou a lei que cria a data especial na primeira semana do novo governo. Em 2003, primeiro ano do seu primeiro mandato, também instituiu a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial.

E distrital

Criador da lei que pune atos discriminatórios contra praticantes das religiões de matriz africana no DF, o deputado distrital Fábio Felix planeja participar das celebrações no Congresso. Ele prepara, ainda, uma sessão solene na Câmara Legislativa em homenagem ao 21 de março. A data não foi definida, mas está certo que haverá uma roda de candomblé e a entrega de moção de louvor para sacerdotes e sacerdotisas de candomblé e umbanda da cidade. Sancionado também em janeiro deste ano, o Programa Distrital de Combate ao Racismo Religioso prevê multas e sanções a agentes públicos e empresas que praticarem atos discriminatórios.


 

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