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Qualificar o jovem para o mercado de trabalho é um desafio para o Brasil

No evento CB. Fórum Educação Profissional e o Primeiro Emprego, realizado nessa quinta-feira (23/11) pelo Correio Braziliense, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o secretário Magno Lavigne ressaltam a importância de se investir na formação profissional

Letícia Mouhamad
Mila Ferreira
postado em 24/11/2023 04:00
 23/11/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF. CB Fórum Educação Profissional e o primeiro emprego. Ministro do Trabalho Luiz Marinho. -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
23/11/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. CB Fórum Educação Profissional e o primeiro emprego. Ministro do Trabalho Luiz Marinho. - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
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O futuro se faz com a criação de oportunidades. E essa construção começa desde cedo, ainda no ambiente escolar, para a formação de uma geração de trabalhadores capaz de responder às demandas do mundo de trabalho e contribuir para o crescimento econômico do Brasil. Esse é o pensamento dos integrantes do governo federal presentes no evento CB. Fórum Educação Profissional e o Primeiro Emprego, realizado nessa quinta-feira (23/11) no auditório do Correio Braziliense. "É fundamental o debate sobre oportunidades", destacou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, na abertura do fórum.

O chefe da pasta defendeu uma reformulação do ensino médio para que os jovens tenham acesso a uma educação em tempo integral, que inclua ensino técnico e profissionalizante. Em busca desse objetivo, o governo federal assume posição fundamental na educação dos jovens, responsabilizando-se por ouvir a sociedade, debatendo e acompanhando temas fundamentais à qualificação, à juventude e ao Sistema Nacional de Emprego (Sine).

"É um processo em construção. Enquanto não chega esse momento (de reformulação do ensino médio), precisamos lançar mão de capacitação e qualificação nas universidades, nos institutos federais e em várias instituições de ensino. O Sistema S como um todo tem participado ativamente do processo", declarou Marinho.

O ministro lembrou que o mercado formal registrou 1,6 milhão de empregos em 2023, mas uma parte expressiva desse contingente — 1,23 milhão de vagas — é proveniente do CadÚnico do Bolsa Família. "O salário tem variado entre R$ 1.530 e R$ 1.700. Chamo à reflexão, pois nós estamos precarizando demais o mercado de trabalho; estamos degradando a remuneração. Uma renda de 1.700 reais não sustenta uma família", disse o ministro.

O titular do Ministério do Trabalho foi além. "Precisamos refletir sobre qual sociedade nós queremos, qual a qualidade de vida dessa sociedade. Se é esse o salário, precisamos manter programas assistenciais complementares para essas famílias sobreviverem decentemente. São reflexões que a sociedade tem que fazer", ponderou.

No painel "Por que investir em educação profissional?", o secretário de Qualificação e Fomento à Geração de Emprego e Renda do Ministério do Trabalho, Magno Lavigne, também comentou sobre precarização do trabalho, especialmente entre a geração mais jovem.

"Temos uma compreensão muito clara de que o trabalho da juventude exige construir uma política que seja abrangente. Isso tem a ver com o respeito ao regramento legal, mas, também, ao papel que nós vemos para o mundo do trabalho, porque senão corremos o risco de, mais uma vez, perder a oportunidade de mudar a economia e aumentar a precarização do trabalho", destacou.

Mão de obra no PAC

Lavigne apresentou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, para mostrar como a qualificação profissional está distante dos jovens. "Apenas 13,5% dos jovens até 30 anos concluíram algum curso de qualificação, o que corresponde a 19,7 milhões de pessoas. Temos um público gigantesco de um lado e não conseguimos fazer com que essas pessoas sejam atraídas ou tenham à disposição a estruturação desses cursos", salientou.

Além de uma política para incentivar a formação técnica dos jovens, o ministro do Trabalho mencionou outras iniciativas geradoras de emprego. Ressaltou que o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é uma oportunidade para o governo e o setor produtivo incentivarem a qualificação de jovens. "O planejamento das obras do PAC envolve investimentos na ordem de R$ 1,7 trilhão. Seguramente, não temos mão de obra suficiente para esse conjunto de investimentos. Isso vai desde engenharia, técnicos da construção, soldadores, mestre de obras, carpinteiro etc", elencou.

"O ideal seria que cada empresa que ganha uma licitação de grande obra, antes de formar o canteiro, fizesse uma sala de aula para participar desse esforço e colaborar dando oportunidades", sugeriu.

Cursos em tecnologia

Em abril deste ano, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) anunciou 5,5 milhões de vagas para cursos certificados pela Microsoft e pelo órgão na área de tecnologia da informação (TI). Os cursos são oferecidos em uma plataforma on-line chamada Escola do Trabalhador 4.0 e abrangem desde o letramento digital básico até os conhecimentos mais avançados em TI.

As formações ocorrem dentro de uma plataforma intuitiva e fácil de usar. Há 134 cursos disponíveis na área de tecnologia, divididos em sete programas básicos, chamados de trilhas, que passam desde o nível básico, pelo intermediário até o avançado.

Em outubro, o programa ganhou um novo capítulo de atividades e agora conta com um treinamento oferecido aos parceiros chamado "Train the Trainers". A iniciativa visa capacitar professores, monitores estudantis, membros de ONGs e servidores públicos a utilizarem os recursos, ferramentas e materiais disponíveis no portal.

O programa é uma parceria entre o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Microsoft e a Softex.

 


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