Direitos iguais

ONU afirma que plena igualdade de gênero está a séculos de distância

Órgão alerta que dados mostram inegáveis regressões, agravadas pelas crises globais: em renda, segurança, saúde e educação

Eu Estudante
postado em 07/09/2022 18:04
Sima Bahous, diretora executiva da ONU Mulheres:
Sima Bahous, diretora executiva da ONU Mulheres: "É fundamental que nos juntemos agora para investir em mulheres e meninas, para restaurar e acelerar o progresso" - (crédito: MANUEL ELIAS)

A igualdade total de gênero levará pelo menos 300 anos para ser alcançada, alertou a ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira (7/9), argumentando que as atuais múltiplas crises exacerbaram as disparidades.

“No ritmo atual de progresso, o relatório estima que serão necessários até 286 anos para fechar as lacunas na proteção legal e eliminar as leis discriminatórias, 140 anos para que as mulheres ocupem igualmente posições de poder e liderança no mundo do trabalho e, pelo menos, 40 anos para alcançar representação igual nos parlamentos nacionais", disse a ONU Mulheres, que compilou o estudo.

Esse cenário está muito distante da meta de alcançar a igualdade de gênero até 2030, conforme estabelecido nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

“Desafios globais como a pandemia de covid-19 e suas consequências, conflitos violentos, mudanças climáticas e respostas negativas à luta pelos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres estão exacerbando ainda mais as disparidades de gênero”, disse a ONU Mulheres em comunicado conjunto com o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais.

Até o final de 2022, estima-se que 383 milhões de mulheres e meninas estarão vivendo em extrema pobreza, com menos de US$ 1,90 por dia, em comparação com 368 milhões de homens e meninos, segundo o comunicado, um desenvolvimento preocupante na luta para reduzir a pobreza.

Até o final de 2021, 44 milhões de mulheres e meninas foram deslocadas à força, o número mais alto da história.

Além disso, mais de 1,2 bilhão de mulheres e meninas em idade fértil viviam em países com restrições ao acesso ao aborto.

"É fundamental que nos juntemos agora para investir em mulheres e meninas, para restaurar e acelerar o progresso", disse Sima Bahous, diretora executiva da ONU Mulheres.

"Os dados mostram inegáveis regressões em suas vidas, agravadas pelas crises globais: em renda, segurança, educação e saúde. Quanto mais demorarmos para reverter essa tendência, mais custará a todos nós", ressaltou em comunicado.

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