Porta de entrada para o ensino superior, o vestibular é um processo fundamental na vida de muitas pessoas que desejam estudar em uma universidade federal. Para se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a maior alternativa de acesso às universidades brasileiras, os estudantes contam que precisam dedicar horas no estudo e que o processo é cansativo.
Ana Luisa, 18 anos, está se preparando para o Enem pela segunda vez. Ela concluiu o ensino médio e pretende prestar o exame este ano. Ana estuda o dia todo: “Eu acordo, começo a estudar, aí eu faço simulados, redações e por aí vai”, conta. “É bastante exaustivo, e quando se trata de conservar a saúde mental é mais difícil ainda”, diz.
Para Ana, o vestibular significa uma oportunidade para conseguir uma boa renda futuramente. Ela chegou a fazer a primeira e segunda etapa do Programa de Avaliação Seriada (PAS), mas não conseguiu prestar a última etapa do programa porque precisou trabalhar para sustentar a família. Por isso, devido a sua realidade, não consegue destinar tempo para lazer entre os estudos. Ana afirma que para se dar bem no vestibular é preciso tempo, programação e empenho, além de bons materiais didáticos.
Luiz Philipe, 18, é presidente do grêmio estudantil de sua escola e está no terceiro ano do ensino médio. Ele está se preparando para prestar o Enem e a terceira etapa do PAS, e conta que quer cursar direito na Universidade de Brasília (UnB). Ele utiliza conteúdos disponíveis na internet e uma de suas maiores dificuldades foi ter que estudar em meio a pandemia. Luiz frisa que é importante um tempo para descanso. “Acho que você tem que ter uma vida social também além de só ficar nos livros." Para ele, a área de exatas é a mais difícil.
Para Letícia Stephany, 18, aluna do 3º ano do ensino médio, além de matemática, redação é a prova mais difícil do exame. Ela quer cursar medicina veterinária e diz que é preciso estudo e força de vontade para ter uma boa nota no Enem.
Para os professores, o vestibular é essencial na vida dos alunos, e eles celebram a aprovação junto com os estudantes. Regina Cotrim, 51, é professora de sociologia no CEM 03 de Taguatinga. Ela atua em salas de aula do 1º ano, mas conta que trabalhou muitos anos com o 3º ano. “O legal, agora, de trabalhar com os primeiros anos é colocar na cabeça desses meninos que eles possam começar a estudar”. Ela defende que os alunos se preparem especialmente para o PAS, já que metade das vagas do programa são destinadas para a escola pública.
Wagner Luís, 40, professor de Língua Portuguesa do ensino médio no Colégio Master, em Fortaleza, diz que o essencial para os alunos se darem bem é ter um propósito, um planejamento, e que é preciso viver o processo. “Além de estudar, o aluno precisa conhecer a prova que ele vai fazer, buscar informações sobre a instituição, para que ele possa elaborar uma estratégia eficiente”, afirma.
Quando os alunos são aprovados em algum vestibular, os professores vibram e festejam juntos. “Eu fico muito feliz. A realização de todos os professores é ver o sucesso dos seus alunos”, destaca Regina. Para Wagner, o sentimento é de educador. “Você vê o seu trabalho e o trabalho dos demais colegas sendo coroado”, aponta.
*Estudante do curso de Jornalismo da Universidade de Brasília (UnB) sob a supervisão de Ana Sá