PLURALIDADE

Boca no Trombone chega a Samambaia e clama pelo respeito à diversidade

Espetáculo cênico-musical narra história de mulheres que passaram por situações de opressão, com releitura de divas da MPB

Eu Estudante
postado em 28/06/2022 17:22
A trombonista Buah fará releituras de grandes mulheres da música que hoje se tornaram tema do PAS/UnB -  (crédito: Boca no Trombone/Divulgação)
A trombonista Buah fará releituras de grandes mulheres da música que hoje se tornaram tema do PAS/UnB - (crédito: Boca no Trombone/Divulgação)

Uma produção inédita, que denuncia a discriminação sexual e o assédio moral, entra em cartaz nesta quarta (29), para escolas do DF, no Complexo Cultural de Samambaia (Samambaia Sul). À frente da iniciativa, denominada Boca no Trombone, está a trombonista e arte-educadora Lôsha Buah e a diretora, produtora e atriz Alana Ferrigno que, em um dueto inédito, retratarão casos de opressões sofridas por mulheres. A produção conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF).

Em cena, a atriz (Alana) realizará performances junto à trombonista (Buah), que fará releituras de grandes mulheres da música que hoje se tornaram tema do Programa de valiação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB). No repertório, Meu Cupido é Gari (Marília Mendonça); Dona de Mim (Iza); Maria de Vila Matilde (Elza Soares); Zero (Liniker); Mulamba (Mulamba) estarão na “boca do trombone”.
“O projeto tem o intuito de inspirar a comunidade na busca por uma sociedade mais justa para que mais meninas e mulheres saibam que não estão sozinhas”, pontua Lôsha Buah. “É visível o aumento das taxas de intolerância no País. E a arte é a nossa ferramenta principal para discutir estas questões”, destaca.

Para a diretora e também atriz do espetáculo, Alana Ferrigno, a proposta é retratar por meio destas duas mulheres tão diferentes, porém com histórias comuns de opressão, o universo de várias mulheres.
“Acredito que temos a missão como artistas de promover por meio da nossa arte a evolução deste cenário ainda de medo, de invisibilidade das mulheres. Queremos trazer uma reflexão e uma identificação junto à plateia para que, aos poucos, cheguemos a um mundo mais justo, com mais equidade de gênero”, explica a diretora.

Cena do espetáculo Boca no Trombone, que denuncia a discriminação sexual e o assédio moral
Cena do espetáculo Boca no Trombone, que denuncia a discriminação sexual e o assédio moral (foto: Boca no Trombone/Divulgação)

Contemporaneidade

O espetáculo pretende ainda envolver o público por meio da música e da linguagem audiovisual. A trombonista, que também assina a direção musical do projeto, desenvolverá os shows com o arranjador Rafael Ops, artista multidisciplinar.

Ops será responsável pela criação de bases eletrônicas das músicas que serão incorporadas aos solos de trombone nas apresentações, mesclando um instrumento erudito com a música eletrônica nas releituras criadas especialmente para o projeto, trazendo uma pegada jovem e contemporânea para o show.

Sobre Loshâ Buah

A instrumentista Lôsha Buah é trombonista há 14 anos. Dividiu palco com artistas, como Negra Li, Gerson King Combo, Ellen Oléria e outros, no Projeto Funkeando (2013 à 2015). Participou de eventos como Latinidades em 2012, Porão do Rock com a banda Distintos Filhos (2012/2013), aniversário de Brasília (2011, 2012, 2013, 2019).

Foi uma das primeiras mulheres a tocar o instrumento nas noites de Brasília. Sua paixão pela música a levou para salas de aula do ensino médio, espaço onde desenvolve diálogos para a desconstrução de padrões preconceituosos. Lôsha tem formação pela Escola de Música de Brasília, estudou bacharelado em Trombone e é pós-graduada em música na Universidade de Brasília.

O espetáculo, gratuito, estará em cartaz nesta quarta (29) e quinta-feira (30), no Complexo Cultural de Samambaia (Samambaia Sul), em sessões às 9h para escolas, e 1º de julho, às 9h, somente nas escolas, e às 20h, aberto ao público, no Complexo Cultural de Samambaia (Samambaia Sul). Haverá ainda sessões fechadas no dia 29, às 15h e às 20h, no Instituto Federal de Brasília (IFB). Não recomendado para menores de 12 anos.

Apesar de aberto ao público, Boca no Trombone visa levar Escolas do Ensino Médio e EJA de Samambaia para o Complexo. Marcações devem ser feitas pelo e-mail: producaobocanotrombone@gmail.com.

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