Verificação

É verdade que Leila Barros interveio em defesa de Nise Yamaguchi na CPI

A verificação deste conteúdo faz parte do programa de checagens sobre as eleições no DF. Alguma sugestão de conteúdo para verificarmos? Envie para o WhatsApp: (61) 9256-3846

Francisco Artur - Especial para o Correio
postado em 30/08/2022 21:37 / atualizado em 30/08/2022 21:48
 (crédito:  Minervino Junior/CB)
(crédito: Minervino Junior/CB)

Resumo da conclusão: é verdadeira a informação de que a senadora e candidata ao governo do Distrito Federal (GDF) Leila Barros (PDT) interveio em defesa da médica Nise Yamaguchi. Na ocasião, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de covid-19, a parlamentar acusou os colegas de interromperem a depoente e pediu que os colegas a deixassem completar a fala, sem ser interrompida. 

Confira o vídeo:

Neste trecho, Leila Barros acompanha a CPI próximo à senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Ambas compõem a Bancada Feminina do Senado. Também estiveram presentes à sessão, as senadoras 
Rose de Freitas (MDB-ES), Soraya Thronicke (União Brasil-MS) e Zenaide Maia (Pros-RN). 

Conteúdo investigado: Declaração em que a candidata a presidente da República Simone Tebet (MDB) diz que a concorrente ao governo do DF Leila Barros (PDT) interveio em defesa da médica Nise Yamaguchi, durante a CPI da Pandemia.

Conclusão do Holofote: é verdadeira a informação de que a senadora e atual candidata ao governo do DF Leila Barros (PDT) interveio em defesa da médica Nise Yamaguchi. Na manifestação da parlamentar, ela criticou a postura dos colegas, que, segundo Leila, interrompiam a fala da depoente.

O caso aconteceu em 1º de junho do ano passado, durante a CPI da Covid, no Senado. A médica oncologista era interrogada pelos senadores devido ao fato de defender o uso de medicamentos ineficazes para tratar pacientes infectados com o novo coronavírus.

Apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL), Nise Yamaguchi também era acusada pelos parlamentares de integrar um suposto “gabinete paralelo” usado pelo Governo Federal para fomentar o uso de terapias sem comprovação científica no trato da covid-19.

Procurada para comentar o caso, a assessoria de comunicação da candidata Leila Barros justificou que a parlamentar “conversou com a senadora Simone Tebet acerca das constantes interrupções na fala da convidada [Nise Yamaguchi] quando estava a caminho do Plenário da CPI da Pandemia [da Covid]”.

A nota acrescenta que Leila Barros, Simone Tebet e “todas as senadoras eleitas desempenham mandatos independentes e agem por vontade própria na defesa dos direitos das mulheres”.

“Leila do Vôlei é uma forte defensora dos direitos e da participação feminina nos espaços de Poder, independentemente do campo ideológico”, conclui.

Alcance da publicação: No YouTube, o corte com o trecho que Simone Tebet diz que a senadora Leila Barros interveio em prol de Nise Yamaguchi acumula 936.797 visualizações até as 18h10 desta segunda-feira (29/8).

Como verificamos: A declaração da candidata a presidente Simone Tebet foi dada durante o debate com presidenciáveis realizado no último domingo (28/8), na Band, em parceria com UOL e Folha de S.Paulo. A confirmação de que a senadora Leila Barros interveio em prol da liberdade de fala da interrogada Nise Yamaguchi foi feita com base em vídeos e publicações jornalísticas da Agência Senado. Também entramos em contato com a assessoria de imprensa da candidata Leia Barros.

A verificação deste vídeo faz parte do programa de checagens de conteúdos que envolvem as eleições no DF. Além de informações de candidatos ao governo, verificaremos todo o ecossistema do pleito a deputados federal e distrital. Alguma sugestão de conteúdo para verificarmos? Envie para o WhatsApp: (61) 9256-3846. 

Por que Simone Tebet citou Leila Barros no debate presidencial?

Durante o debate, o presidente Bolsonaro questionou o motivo pelo qual é chamado de misógino e disse que, durante a CPI da Covid, as médicas pró-governo Nise Yamaguchi e Mayra Pinheiro foram maltratadas no Senado. Na resposta ao presidente, Simone Tebet lembrou que não estava presente na sessão e que acionou a parlamentar Leila Barros para intervir e pedir respeito à depoente. “Ela [Nise Yamaguchi] não consegue completar um raciocínio sequer e não pode se explicar”, reclamou Leila.

Por que Leila Barros estava na sessão e Simone Tebet, não?

Na composição da CPI da Covid, os partidos não haviam escolhido mulheres para representá-los. Diante disso, as 12 senadoras articularam com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), a implantação de uma bancada feminina na Casa. Dessa forma, o grupo de mulheres organizou um rodízio para que sempre houvesse uma mulher nas sessões. No dia da participação da médica Nise Yamaguchi, a representante da bancada feminina era a senadora Leila Barros.

Quem é Nise Yamagushi?

Oncologista e imunologista, Nise Yamaguchi ganhou notoriedade por defender o uso do remédio ineficaz  para o tratamento da covid-19 hidroxicloroquina. Utilizado para combater a malária, o uso desse medicamento para tratar pacientes infectados com o novo coronavírus se tornou uma bandeira para o presidente Jair Bolsonaro. Ela foi acusada de participar de um grupo extra-oficial intitulado “gabinete paralelo”. Segundo o relatório final da CPI da Covid, esse grupo interferiu diretamente na definição de políticas públicas de enfrentamento da pandemia.

Nise Yamaguchi realmente foi interrompida na CPI?

Sim, a depoente foi interrompida inúmeras vezes. Durante a sessão, enquanto a senadora Leila Barros cobrou dos senadores mais respeito à médica, os parlamentares argumentaram que a interrupção era feita porque a depoente não respondia às perguntas.


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação