Estados Unidos

50% dos eleitores votariam em Biden e 41% em Trump, aponta pesquisa

As convenções de nomeação de Trump e Biden a candidatos à eleição de novembro começam neste mês

Agência Estado
postado em 16/08/2020 12:10 / atualizado em 16/08/2020 17:35
 (crédito: Brendan Smialowski / AFP)
(crédito: Brendan Smialowski / AFP)
A menos de três meses das eleições presidenciais dos Estados Unidos, 50% dos eleitores registrados no país votariam no democrata e ex-vice-presidente Joe Biden se a votação ocorresse hoje, enquanto 41% apóiam o atual presidente, Donald Trump. Os dados são da última pesquisa realizada pelo The Wall Street Journal/NBC News, entre os dias 9 e 12 de agosto, e divulgada neste domingo. A diferença entre Biden e Trump é semelhante à vantagem de 11 pontos apurada há um mês.
As convenções de nomeação de Trump e Biden a candidatos à eleição de novembro começam neste mês. Os democratas realizarão uma convenção nacional online nesta segunda-feira, enqunato os republicanos planejam uma versão parcialmente virtual na semana seguinte.
A avaliação positiva de Biden aumentou 5 pontos percentuais entre julho e agosto, para 39%, mas o democrata continua sendo visto de forma mais negativa do que positiva pelo eleitorado mais amplo, assim como o presidente Trump. "Esta pesquisa é um alerta aos democratas e à equipe de Biden de que ainda há muito trabalho a ser feito", disse Peter Hart, pesquisador democrata que trabalhou na pesquisa com Bill McInturff, um republicano, e Jeff Horwitt, um democrata.
Em outro sinal de potencial fragilidade do apoio dos democratas, 58% dos que votariam em Biden dizem que seu voto é mais contra Trump do que a favor do candidato escolhido. Em contrapartida, aqueles que planejam votar em Trump estão mais convictos de sua escolha: quase três quartos afirmam que seu voto é mais a favor de Trump do que contra Biden. "O voto a Biden se parece com o de Trump em 2016: mais contra seu oponente do que um apoio a ele", disse Horwitt.
A senadora Kamala Harris, da Califórnia, indicada na semana passada como companheira de chapa de Biden, teve avaliação positiva de 39% dos eleitores na pesquisa e negativa de 35%; 14% disseram que ainda não tinham uma opinião. Ela é mais popular entre as mulheres (45%) e eleitores de cor (45%) do que entre os homens (32%) e eleitores brancos (36%).
A vantagem de 9 pontos de Biden na pesquisa corresponde à vantagem de Hillary Clinton sobre Trump há quatro anos, com a diferença de que, agora, Trump é presidente e enfrenta as consequências econômicas da pandemia global de coronavírus. O índice de aprovação atual de Trump é de 44%, 2 pontos acima do de julho; 53% desaprovam seu desempenho no cargo. Na história recente, ocupantes da Casa Branca com classificações próximas a 50% ou mais geralmente venceram a reeleição. Já aqueles com números muito inferiores a esse perderam. Trump, no entanto, conquistou a maioria do Colégio Eleitoral em 2016 com apenas 46% do voto popular.
Na pesquisa, Trump obteve 10 pontos percentuais a mais do que Biden quando se questionou qual candidato lida melhor com a economia. No entanto, a maioria dos entrevistados, 58%, diz desaprovar a forma como o presidente enfrenta a pandemia de covid-19. Cerca de 53% afirmam que ele não levou a ameaça suficientemente a sério no início e ainda não lida bem com ela, ante 45% em abril.
A pesquisa identificou ainda que mais de três quartos (acima de 75%) dos entrevistados classificam a economia como razoável ou ruim, contra 68% em junho e 44% em dezembro do ano passado, antes da pandemia. Quase metade dos republicanos acha que a economia é excelente ou boa, enquanto apenas 4% dos democratas dizem isso. O uso de máscaras nos EUA está em alta, conforme o levantamento, com 79% dos participantes dizendo que sempre usam uma quando estão perto de pessoas fora de casa, contra 74% em julho e 63% em junho.
Considerando os diverss grupos demográficos incluídos na pesquisa, Trump ganha por pouco o voto masculino, enquanto Biden detém vantagem de 21 pontos entre as mulheres. O ex-vice-presidente também tem 80 pontos de vantagem entre os eleitores negros, 26 pontos entre os hispânicos e 7 pontos entre eleitores com 65 anos ou mais. Já Trump conta com 51 pontos a mais entre eleitores brancos evangélicos e 24 pontos considerando votantes brancos sem diploma universitário de quatro anos.
Além de ter melhor avaliação no que se refere à economia, Trump recebe notas um pouco mais altas quando o tema é o enfrentamento do crime. Biden é visto como mais forte em política externa, imigração, gerenciamento de coronavírus, saúde, relações raciais e unidade nacional. Ambos obtiveram resultado semelhante para a questão "saúde mental e física para ser presidente".
A pesquisa do Wall Street Journal/NBC News revelou que o interesse pela eleição é alto: 79% dos eleitores afirmaram ter o mais alto nível de interesse pela votação, 7 pontos acima do registrado na pesquisa de outubro de 2016, um mês antes da eleição de Trump. O porcentual de democratas e republicanos que declararam alto interesse é parecido (83% e 85%, respectivamente), enquanto 55% dos eleitores independentes se consideram altamente engajados.
O ex-presidente Barack Obama, importante apoiador da campanha de Biden, é visto de forma positiva por 54% dos eleitores em geral. Além disso, quando questionados sobre qual partido deve controlar o próximo Congresso, 47% dos eleitores declararam que será o Democrata, contra 42% dos que disseram que será o partido Republicano.
A pesquisa identificou que o controle do Executivo e do Legislativo por um único partido não é bem visto pela maioria dos eleitores. Metade diz que o controle republicano da Câmara, do Senado e da Casa Branca seria ruim, enquanto 44% avaliou o mesmo sobre o controle democrata.
A pesquisa do Wall Street Journal/NBC News ouviu 900 eleitores registrados e tem uma margem de erro de 3,27 pontos percentuais para mais ou para menos.

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