postado em 18/05/2015 00:00

(foto: Antonio Cunha/CB/D.A Press)
Árvore do Cerrado
Torta, tosca, bruta, mas altiva, / a árvore vence o vasto vento. / Muda, tenaz seiva, funda luta. / Parece esta flora o pensamento. / No chapadão, só erva nativa / resiste à seca. Não é astuta / porém é árdua: igual à saliva / do canto, sobrevive ao tormento. / O terrível vento não arrasa / a árvore brava deste chão. / também do poeta a solidão / a voz ; quase feroz ; não destrói. / Chapadão, o canto é minha casa. / Não importa se habitar-me dói. (Poema de Fernando Mendes Vianna, retirado do livro Poemas para Brasília, organizado por Joanyr de Oliveira).