
A Corregedoria da Polícia Civil abriu investigação contra um agente que disparou uma arma de fogo na Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), no Departamento de Polícia Especializada (DPE). De acordo com a Divisão de Comunicação da corporação, o disparo foi acidental e feriu duas pessoas. Entre elas o próprio policial. Análises periciais também serão realizadas para indicar as circunstâncias do incidente.
O caso aconteceu por volta das 14h. O disparo ocorreu no momento em que um agente de custódia, que trabalha no balcão de atendimento da carceragem do DPE, atendia um advogado. No momento em que o policial manuseou a arma de fogo, ela disparou. O projétil atingiu a parede, e os estilhaços acertaram o braço do agente e o dedo da mão e a barriga do advogado. Ambos foram encaminhados ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Eles receberam alta ontem, mas a arma do policial foi recolhida para perícia.
Os disparos acidentais de armas de fogo não são raros no Distrito Federal. Em junho de 2016, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) instaurou um inquérito civil público para apurar os incidentes envolvendo os armamentos da Forja Taurus, empresa responsável por distribuir as armas usadas pelos policiais civis e militares do DF. A investigação do MPDFT começou após denúncias realizadas pelo Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF).
Segundo o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, a cobrança em relação à melhora de equipamentos é antiga. ;Tivemos diversos acidentes com os equipamentos que utilizamos. Precisamos que essas armas sejam substituídas. É necessário entender que as pessoas estão em risco;, afirma.
Vítimas
Um policial civil, que preferiu não se identificar, relata que existem dois tipos de disparos acidentais: o que a arma dispara sozinha ou quando alguém aperta o gatilho sem querer. Esse mesmo agente contou que se feriu com o próprio armamento. ;Estava andando, e ela caiu no chão. Mesmo com a trava de segurança, disparou e atingiu o meu peito. Dei sorte por não ter sido nada tão grave;, lembra. De acordo com ele, dentro da corporação, reclamações desse tipo são frequentes.
Recentemente, dois casos foram registrados no DF. Em 2016, o sargento da PM Marcelo de Lima Chimiti morreu em serviço, após disparo acidental, em Samambaia. O policial, de 48 anos, atendia uma ocorrência, quando um tiro vindo de uma arma de um colega atingiu a cabeça dele. O militar estava havia 28 anos na corporação. À época, a Polícia Militar não revelou o motivo de a arma ter disparado. Outro caso aconteceu em junho deste ano, quando um policial levou um tiro da própria arma no Sudoeste. O sargento Luiz Jorge, do 7; BPM, foi atingido dentro da viatura.
* Estagiário sob supervisão de Guilherme Goulart