A polícia evacuou 1.500 migrantes instalados em um acampamento improvisado na entrada de Paris nesta quarta-feira (29/7), uma operação que responde à promessa do governo de desmantelar esses locais insalubres que se multiplicaram por alguns anos na capital francesa.
Os migrantes foram levados de ônibus para centros de acolhidas, ou ginásios, vazios, na região parisiense, disse o comando da polícia local à AFP.
"Esta operação é a continuação lógica de todas aquelas que já realizamos há vários meses", disse à imprensa o responsável pela polícia de Paris, Didier Lallement, presente durante a retirada.
A evacuação também responde a um imperativo sanitário, no momento em que as autoridades lutam para impedir um segundo surto da covid-19.
Os migrantes que se estabeleceram neste acampamento no meio da rua são homens, em sua maioria, procedentes de países que fazem parte do Chifre da África - Etiópia, Somália, Djibuti e Eritreia -, ou Afeganistão.
"Estão esgotados. Para alguns, é a décima evacuação. Eles sabem que serão levados para ginásios, e metade estará na rua novamente hoje à noite", disse Silvana Gaeta, do coletivo Solidarité Migrants Wilson.
Depois de hesitar quanto a entrar, ou não, em um dos ônibus, Ismaël Fatah aguarda pacientemente sua vez de embarcar.
"É a quarta vez que me instalo em um acampamento. A vida é dura na França, não esperava essa recepção. Meu país está em guerra, não tenho outra opção", disse à AFP este pai de família de 29 anos, oriundo do Sudão, cujo filho nasceu na França.
O "campo" de Aubervilliers é um dos muitos que surgiram nas ruas de Paris e nos arredores desde o início da crise migratória em 2015.
Muitos dos migrantes que vivem nesses locais fogem da guerra, ou da pobreza, em seus países.
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