"Nervosos" ou "felizes", os alunos escoceses retomaram o caminho da escola nesta terça-feira (11/8) após cinco meses, iniciando uma delicada volta às aulas no Reino Unido, em meio a um ressurgimento da epidemia de coronavírus.
Confinadas em bloco em março, as regiões do Reino Unido, onde o vírus deixou o maior custo humano da Europa com 46 mil mortes, organizam uma retomada das aulas em ordem dispersa.
"Estou um pouco nervosa", confessou à agência britânica PA Isla Findlay, de 16 anos, com seu retorno ao instituto de Kelso (sudeste da Escócia). "Estou feliz por voltar a ver meus amigos, mas como vão administrar tudo isso? Assusta um pouco".
Todos os alunos deverão voltar às escolas em uma semana e não terão a obrigação de usar máscaras ou de respeitar a distância física, o que preocupa os professores.
Segundo uma pesquisa realizada na semana passada pelo sindicato de professores escoceses EIS, apenas 18% dos 24.000 professores entrevistados estava convencido de que retomar as aulas não era perigoso.
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, disse na segunda-feira que é "compreensível" uma certa "ansiedade por parte das crianças, pais e professores", mas garantiu que a reabertura das escolas é "essencial" para a educação e "o bem-estar" dos alunos.
A Escócia registrou cerca de 19.000 casos e 2.500 mortes até o momento. Na quarta-feira passada, a aparição de um foco em Aberdeen provocou o fechamento de pubs e restaurantes e a retomada das limitações de circulação. Apesar de tudo isso, os alunos desta cidade devem voltar às aulas nesta semana.
- Pesquisadores "insatisfeitos" -
Na vizinha Inglaterra, onde o governo de Boris Johnson tem competência direta em educação, o número de casos também está aumentando e as restrições foram retomadas em algumas áreas.
A preocupação também cresce à medida em que se aproxima a data de voltar ao colégio, 1o de setembro.
Para controlar a epidemia, alguns especialistas se perguntam se reabrir as escolas não exige o fechamento de outros locais muito frequentados, como os pubs.
Boris Johnson prometeu que os centros escolares seriam "os últimos" a fechar em caso de um reconfinamento local, depois de afirmar em um jornal no domingo que o retorno em setembro é "uma prioridade nacional".
Essa decisão é motivada por um estudo das autoridades de saúde inglesas, segundo o qual haveria "muito poucas evidências de que o vírus é transmitido nas escolas".
No entanto, o jornal The Times afirmou, nesta terça-feira, que este estudo, que ainda deve ser publicado, mostrava também que os adolescentes transmitem o vírus tanto quanto os adultos. No artigo, os pesquisadores explicam sua "insatisfação" com "a forma como os ministros utilizaram os resultados, que ainda não foram totalmente analisados".
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.