O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou nesta quinta-feira (13/8) seu homólogo francês, Emmanuel Macron, de intenções "colonialistas" no Líbano, chamando sua visita recente a Beirute de um "espetáulo", em um contexto de tensões crescentes entre Ancara e Paris.
"O que Macron e companhia querem é restaurar a ordem colonial (no Líbano)", disse Erdogan em um discurso em Ancara. "Para nós, tentar aparecer em fotos ou atuar em frente às câmeras não é o que nos interessa", acrescentou.
O chefe de Estado turco referiu-se à visita bastante midiatizada de Macron a Beirute na semana passada, após uma explosão, em 4 de agosto, que deixou 171 mortos e mais de 6.500 feridos e quase devastou a capital libanesa.
O presidente turco não visitou Beirute pessoalmente, mas enviou para lá na semana passada seu vice-presidente e o ministro das Relações Exteriores.
O Líbano foi governado pela França de 1920 até sua independência, em 1943. Antes disso, se manteve sob um domínio otomano por quatro séculos.
Os ataques verbais virulentos de Erdogan ocorrem em um contexto de tensões crescentes entre Turquia e França, devido principalmente aos interesses divergentes na Líbia e no Mediterrâneo oriental.
A exploração de petróleo turca nesta região marítima despertou a ira da Grécia e da União Europeia.
Em apoio a Atenas, Paris denunciou as atividades "unilaterais" de Ancara e anunciou, nesta quinta-feira, que reforçou temporariamente sua presença militar no Mediterrâneo oriental, implantando duas aeronaves e dois navios de guerra.
A imprensa turca pró-governo recebeu a notícia com indignação, acusando a França de "ultrapassar os limites" e "buscar a guerra".
Erdogan não comentou diretamente a decisão francesa nesta quinta, mas atacou, sem especificar, um "país que não tem costa no Mediterrâneo oriental", alertando-o: "não se veja maior do que realmente é".
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