América Latina soma 6 milhões de infectados e Brasil tem metade dos casos

O Brasil, com 3 milhões de casos e 107.232 mortos, é o país latino mais afetado.

Agência France-Presse
postado em 15/08/2020 21:21 / atualizado em 15/08/2020 21:21
 (crédito: Juan Mabromata/AFP)
(crédito: Juan Mabromata/AFP)

A região América Latina e Caribe, a mais afetada do mundo pelo coronavírus, superou neste sábado a marca de 6 milhões de infectados, enquanto a Europa acelera a adoção de novas restrições, ante o temor de uma segunda onda.

Nos últimos sete dias, quase metade das mortes no mundo por COVID-19 aconteceram na América Latina e Caribe, região que contabiliza 237.829 vítimas fatais desde o início da pandemia, de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais. A região somava 6.024.138 infectados às 23h GMT deste sábado.

O Brasil, com 3 milhões de casos e 107.232 mortos, é o país latino mais afetado. Apesar deste balanço, os principais pontos turísticos do Rio de Janeiro, incluindo o Cristo Redentor, reabriram para o público neste sábado, após cinco meses de interrupção das atividades.

"A reabertura do Cristo simboliza a reabertura do Brasil ao turismo", disse o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Os visitantes devem usar máscara, manter a distância mínima de dois metros e não poderão deitar no chão, algo habitual entre as pessoas que buscavam o melhor ângulo para fotos diante da estátua gigantesca.

A pandemia não afetou a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, que menosprezou a doença e rechaçou medidas de confinamento: 47% dos brasileiros o isentam de responsabilidade pelas mortes causadas pela pandemia, segundo resultados de uma pesquisa que, na véspera, já deu a Bolsonaro os maiores índices de popularidade desde a sua chegada ao poder.

Depois do Brasil, a lista de países mais afetados da região inclui Peru (516.296 casos e 25.856 óbitos) e México (511.369 infectados e 55.908 mortos).

O impacto da pandemia também se reflete na Argentina, onde o governo prorrogou até o fim do mês o isolamento social, que soma 148 dias. O Equador, que superou neste sábado a marca de 100.000 casos, prorrogou até 13 de setembro o estado de exceção em vigor desde março.

As medidas para conter o vírus no Peru deixam sequelas na economia. O PIB do país caiu 17,37% no primeiro semestre, iniciando uma recessão.

Retrocessos na Europa

O novo coronavírus matou mais de 760.000 pessoas em todo o planeta e mais de 21,2 milhões foram infectadas. Os Estados Unidos lideram com folga a lista dos países com os piores números, com 168.446 mortos e 5,3 milhões de casos.

No verão europeu, o medo aumenta com a chegada da segunda onda do vírus, e países como França e Reino Unido aceleraram neste sábado a imposição de medidas preventivas, que representam um freio no processo de desconfinamento iniciado em meados de maio em grande parte do continente, após a primeira onda do novo coronavírus.

A França registrou mais de 3,3 mil novos casos nas últimas 24 horas, a maior cifra desde maio. A prefeitura de Paris ampliou neste sábado o número de zonas da cidade com uso obrigatório de máscara, dias após várias cidades europeias tomarem a mesma decisão.

"Desde meados de julho, todos os indicadores mostram que o vírus circula novamente de maneira mais ativa na região", afirmou a prefeitura ao justificar a medida. A celebração de Nossa Senhora da Assunção, que reúne habitualmente 25.000 fiéis em Lourdes (sudoeste da França), uma das peregrinações mais importantes da cristandade, aconteceu neste sábado com os fiéis obrigados a usar máscara.

Quase 5.000 peregrinos compareceram à basílica de São Pio X, uma gigantesca igreja subterrânea, que tem capacidade para receber um número cinco vezes maior de pessoas.

Em consequência da nova onda de contágios na França, o Reino Unido passou a aplicar hoje uma quarentena de 14 dias aos viajantes procedentes daquele país, assim como de Holanda e Malta. A medida já estava em vigor para Espanha, Bélgica, Andorra e Bahamas

Na Espanha, com 3.000 infecções diárias nos últimos dois dias, o governo decretou na sexta-feira a proibição de cigarro nas ruas, exceto quando for possível observar a distância de segurança de dois metros, assim como o fechamento de discotecas e bares noturnos.

O vírus ameaça a Liga Espanhola, com pelo menos sete clubes da Primeira Divisão já afetados por casos da doença antes do início da próxima temporada, previsto para 12 de setembro.

Na Ásia, a Coreia do Sul reforçou as restrições em Seul e seus arredores, no momento em que o país registra o maior número diário de novas infecções em mais de cinco meses.

Avanços na vacina russa

Diante de um vírus que não dá trégua, a esperança passa por uma vacina. Autoridades russas anunciaram neste sábado avanços na produção de sua vacina Sputnik V.

"O primeiro lote da nova vacina contra o coronavírus foi produzido no Centro de Pesquisas Gamaleya", indicou o Ministério da Saúde da Rússia a respeito do fármaco, anunciado na última terça-feira pelo presidente Vladimir Putin.

Cientistas ocidentais, no entanto, expressaram ceticismo e prosseguem com diversos projetos de vacinas.

Na América Latina, Argentina e México anunciaram durante a semana um acordo para produzir, em todo continente, a vacina em estudo pelo laboratório AztraZeneca e a Universidade de Oxford. O Brasil não integra o projeto por ter os próprios acordos com laboratórios e universidades.

O governo dos Estados Unidos, que investiu mais de 10 bilhões de dólares em seis projetos de vacinas e assinou contratos que garantem a entrega de centenas de milhões de doses em caso de êxito, prometeu vacinar os americanos de maneira gratuita.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação