Balanço da pandemia no mundo após Índia superar 50 mil mortos por covid-19

A Índia superou o Reino Unido no quarto lugar em número de mortes na semana passada, atrás de Estados Unidos, Brasil e México

Agência France-Presse
postado em 17/08/2020 09:22 / atualizado em 17/08/2020 09:25
O número de mortos na Índia devido ao coronavírus atingiu 50 mil em 17 de agosto, com mais de 900 novas fatalidades relatadas em 24 horas, mostraram dados do ministério da saúde. -  (crédito: Indranil MUKHERJEE / AFP)
O número de mortos na Índia devido ao coronavírus atingiu 50 mil em 17 de agosto, com mais de 900 novas fatalidades relatadas em 24 horas, mostraram dados do ministério da saúde. - (crédito: Indranil MUKHERJEE / AFP)

A Índia ultrapassou, nesta segunda-feira (17/8), 50 mil mortes em decorrência da pandemia de coronavírus, cujos efeitos em nível planetário não cessam, como evidenciado pelo adiamento das eleições na Nova Zelândia e a queda histórica da economia japonesa.

O coronavírus tirou a vida de mais de 770 mil pessoas no mundo e infectou mais de 21,7 milhões.

Nos últimos sete dias, quase metade das mortes ocorreu na América Latina e no Caribe, onde mais de 241 mil mortes foram registradas desde o início da pandemia e 6,17 milhões de casos, segundo balanço da AFP baseado em dados oficiais.

Outro lugar do mundo onde a pandemia vem crescendo significativamente é a Índia, que nesta segunda-feira ultrapassou a barreira simbólica de 50 mil mortes por esse vírus que se espalha em pequenas cidades, vilas e áreas rurais onde predomina uma forte estigmatização dos doentes e cujos sistemas de saúde são frágeis.

A Índia superou o Reino Unido no quarto lugar em número de mortes na semana passada, atrás de Estados Unidos, Brasil e México, e nesta segunda-feira 941 novas vítimas fatais foram anunciadas, segundo dados do ministério da Saúde.

O segundo país mais populoso do planeta, com 1,3 bilhão de habitantes, já é o terceiro com o maior número de infectados, atrás dos Estados Unidos e do Brasil, com 2,65 milhões de casos.

Apesar do aumento de mortes, o ministério da Saúde da Índia tuitou no domingo que a letalidade do vírus é uma das "menores do mundo", abaixo de 2%.

De acordo com o portal Worldometer, os Estados Unidos (170 mil mortos) têm uma letalidade de 3,11%, enquanto para o Brasil (107 mil ) é de 3,22%.

Novas restrições na Espanha

Na Europa, duramente atingida pelo vírus no início do ano, especialmente em países como Espanha e Itália, os esforços se concentram em como evitar uma segunda onda mortífera.

Mais regiões da Espanha implementaram nesta segunda-feira um pacote de duras medidas em razão do aumento de casos de coronavírus, como o fechamento de boates e restrições ao fumo nas ruas, um dia após uma primeira manifestação contra essas decisões.

Depois de La Rioja e Murcia no domingo, as novas restrições entraram em vigor nesta segunda na Andaluzia, Castela e Leão, Galícia e Cantábria.

As disposições, que também limitam as reuniões sociais a dez pessoas e restringem as visitas a asilos, foram repudiadas no domingo em uma manifestação em Madri que atraiu entre 2.500 e 3 mil pessoas, de acordo com um porta-voz regional.

A Espanha é o país da Europa Ocidental com mais infecções, com quase 343 mil , e sua taxa de contágio foi de 115 casos por 100 mil habitantes nas últimas duas semanas, bem acima dos 45 na França, 19 no Reino Unido e 16 em Alemanha.

Japão em recessão

Sem outra alternativa a não ser conviver com o coronavírus até que haja uma vacina, os países estão lutando para manter suas economias, embora o desastre seja generalizado.

O Japão anunciou nesta segunda-feira que seu PIB registrou contração de 7,8% entre abril e junho em relação ao primeiro trimestre do ano devido ao impacto da pandemia, queda histórica desde que dados comparativos foram estabelecidos em 1980.

A contração de 7,8% no segundo trimestre, segundo dados preliminares divulgados nesta segunda-feira pelo governo, é a terceira seguida depois das registradas no primeiro trimestre deste ano (-0,6%) e nos últimos três meses de 2019 (-1,9%), e que levaram à recessão a terceira maior economia do mundo.

Por sua vez, a Nova Zelândia, que ficou 102 dias sem casos de transmissão local, viu o coronavírus reaparecer na semana passada em Auckland, causando o confinamento da cidade, e nesta segunda-feira sua primeira-ministra anunciou o adiamento por quatro semanas das eleições legislativas marcadas para setembro.

Depois de consultar no fim de semana os dirigentes partidários e a Comissão Eleitoral, a primeira-ministra Jacinta Ardern transferiu as eleições de 19 de setembro para 17 de outubro.

Equador quer fabricar vacina

Diante de um vírus que não dá trégua, a esperança passa por uma vacina.

O Equador, um dos países latino-americanos mais afetados pela pandemia com mais de 100 mil casos, expressou no domingo seu interesse em fabricar a vacina contra a covid-19.

Argentina e México anunciaram na semana passada um acordo para produzir a vacina do laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

A evolução da anunciada Sputnik V, a vacina da Rússia, também mantém o mundo em suspense, embora com ceticismo por parte do Ocidente, que avança em vários projetos próprios.

A exceção é o Brasil, que além de mais de 107 mil óbitos tem mais de 3,34 milhões de casos, e segue um caminho diversificado, com acordos que incluem a vacina russa.

Na América Latina, o país mais afetado atrás do Brasil é o Peru, que no domingo bateu seu recorde pelo segundo dia consecutivo com 10.143 novos casos em 24 horas e 206 mortes, para um total de 535.946 casos e 26.281 óbitos.

Em seguida, vem o México (522.162 infectados e 56.757 mortos), cujo governo declarou 30 dias de luto nacional a partir deste fim de semana.

A Colômbia tem visto a taxa de transmissão do coronavírus disparar e já se aproxima das 500 mil infecções.

O impacto da pandemia também se reflete na Argentina, onde o governo estendeu o isolamento social de 148 dias até o final de agosto.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também ordenou no domingo a extensão do confinamento em todo o país por uma semana, após registrar pela primeira vez mais de 1.000 infecções em um dia.

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