Milhares de pessoas se manifestaram nesta segunda-feira (17/8) contra o governo de Alberto Fernández na Argentina. Os protestos na capital, Buenos Aires, e nas principais cidades do país desafiaram a quarentena em meio a recordes de casos de coronavírus no país.
As marchas foram convocadas nas redes sociais e incentivadas por opositores depois que o governo anunciou na sexta-feira a prorrogação até 30 de agosto das medidas de confinamento na região metropolitana de Buenos Aires, que concentra 90% dos casos.
As manifestações incluíram reivindicações contra a reforma judicial proposta pelo governo, o pedido por medidas de segurança e políticas anticorrupção, entre outras.
Horas antes, o presidente pediu união durante um discurso pelo aniversário de morte do general José de San Martín (1778-1850), no qual questionou "a loucura dos outros".
"Tivemos que viver um momento único da humanidade, não da Argentina, quando uma pandemia nos assedia, nos infecta, nos deixa doentes, nos mata e realmente temos que reconstruir um país que deixaram economicamente aniquilado", disse ele, em referência ao governo de seu antecessor Mauricio Macri (2015-2019), sem mencioná-lo.
"Nos endividaram de forma impressionante, condicionaram o futuro de muitas gerações e mergulharam mais de 40% dos argentinos na pobreza", disse Fernández.
"Unidos, tenho certeza de que venceremos", disse Fernández, parafraseando San Martín.
Coronavírus
De acordo com o último balanço, a Argentina registrou 294.556 casos e 5.750 mortes por COVID-19, além de novas infecções que ultrapassaram 5.000 por dia nos últimos sete dias.
A partir desta semana, as restrições às atividades comerciais e recreativas na região metropolitana de Buenos Aires se tornaram mais flexíveis, apesar do alto índice de infecções.
Na capital argentina, os manifestantes, a pé e em caravanas de automóveis, se aglomeraram em torno do Obelisco, no coração da cidade, com bandeiras argentinas e frases contra o governo.
Protestos
Os cartazes também incluíam insultos à vice-presidente e ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), que enfrenta vários processos judiciais.
Usando máscaras mas sem respeitar o distanciamento social, os manifestantes se amontoavam e gritavam "Liberdade, liberdade!"
Esta não foi a primeira marcha deste tipo desde o início do confinamento, mas foi a maior, com réplicas em várias cidades.
O governo decretou a quarentena em 20 de março, mas desde então a medida tem sido relaxada em grande parte do país. Também lançou uma ajuda social e empresarial milionária para sustentar uma economia em recessão desde 2018.
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