Um ex-agente da CIA e do FBI foi acusado em um tribunal federal do Havaí, nesta segunda-feira (17/8), de vender segredos dos Estados Unidos para a China, incluindo a revelação da identidade de informantes norte-americanos na China.
Andrew Yuk Ching Ma foi induzido a admitir suas atividades no ano passado por um agente secreto dos EUA que, se passando por um oficial de inteligência chinês, disse a Ma que ele tinha sido mal pago por pelo menos uma década de trabalho.
Ele continuou a se encontrar com o agente secreto, aceitando dinheiro e oferecendo segredos até este mês, quando disse que estava feliz em continuar trabalhando para Pequim, mas "preferia discutir oportunidades depois que a pandemia de COVID-19 estivesse atenuada", afirmou a acusação.
Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, Ma, de 67 anos, foi preso em 14 de agosto, mas a acusação só foi revelada nesta segunda-feira.
Ma, um cidadão americano naturalizado nascido em Hong Kong, trabalhou para a CIA com credenciais de segurança de alto nível de 1982 a 1989. Ele tinha um parente, não identificado e não acusado devido à sua idade, 85 anos, e doença cognitiva avançada, que também trabalhou para a agência de 1967 a 1983.
A acusação afirma que já em 2001 os dois já forneciam informações a agentes do Ministério de Segurança de Estado de Pequim. Investigadores do FBI obtiveram gravações de vídeo e áudio de suas reuniões com esses agentes em Hong Kong em março de 2001. O documento não explica, porém, como e quando eles tiveram acesso às evidências.
Nessas reuniões, eles forneceram detalhes das comunicações da CIA, operações de campo e informantes, e são vistos recebendo 50 mil dólares.
Mais tarde, Ma se candidatou a um cargo no FBI no Havaí, que lhe deu acesso a informações confidenciais que, ao menos durante a década seguinte, baixou e fotografou documentos secretos para entregar aos contatos chineses.
Foi também solicitado a Ma e seu parente a identificação, por meio de fotos, de possíveis agentes e informantes dos EUA na China nesse período, segundo as acusações.
O caso é o mais recente de vários processos contra funcionários do governo americano suspeitos de vender segredos para a China. Entre eles, Jerry Chun Shing Lee, que trabalhou para a CIA de 1994 a 2007, foi condenado em novembro de 2019 a 19 anos de prisão por revelar informações dos EUA à inteligência chinesa.
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