Capitão do navio que causou vazamento de petróleo nas Ilhas Maurício é preso

O MV Wakashio, pertencente a uma empresa japonesa mas com bandeira do Panamá, encalhou em um recife de coral em 25 de julho de 2020 e começou a vazar óleo mais de uma semana depois

Agência France-Presse
postado em 18/08/2020 15:10
 (crédito: Folheto / imagem de satélite © 2020 Maxar Technologies / AFP)
(crédito: Folheto / imagem de satélite © 2020 Maxar Technologies / AFP)

O capitão do navio japonês que causou um derramamento de petróleo nas Ilhas Maurício após ficar encalhado no final de julho em um recife foi preso nesta terça-feira (18/8), informou uma fonte policial à AFP.

"O capitão e seu primeiro oficial foram presos hoje. Foram levados à justiça com acusações provisórias. A investigação continuará a partir de amanhã (quarta-feira) com o interrogatório de outros membros da tripulação", disse o porta-voz da polícia, Shiva Coothen.

O capitão indiano, que foi questionado pela polícia várias vezes, e seu colega natural do Sri Lanka, foram indiciados e comparecerão novamente ao tribunal em 25 de agosto.

Sunil Kumar Nandeshwar (L), capitão do graneleiro MV Wakashio que encalhou, sai do tribunal depois que ele e seu vice foram acusados de pirataria e violência marítima em Port Louis, Maurício, em 18 de agosto de 2020.
Sunil Kumar Nandeshwar (L), capitão do graneleiro MV Wakashio que encalhou, sai do tribunal depois que ele e seu vice foram acusados de pirataria e violência marítima em Port Louis, Maurício, em 18 de agosto de 2020. (foto: Rishi ETWAROO / L'Express Maurice / AFP)

O navio japonês MV Wakashio encalhou em 25 de julho em um recife em Pointe d'Esny, no sudeste das Ilhas Maurício, com 3.800 toneladas de combustível e 200 toneladas de diesel a bordo.

Entre 800 e 1.000 toneladas de combustível escaparam e afetaram espaços protegidos onde há espécies ameaçadas.

As equipes de intervenção conseguiram remover a maior parte do combustível restante antes que o navio se partisse no domingo.

Dois terços do navio começaram a ser removidos e serão afundados para evitar danos maiores. A outra parte, que contém os motores e cerca de 30 mil litros de combustível de petróleo, permanece encalhada no recife.

A catástrofe provocou a fúria da população, que se perguntou por que as operações para extrair o petróleo não começaram quando o navio se acidentou.

O primeiro-ministro das Ilhas Maurício refutou na semana passada que tenha havido negligência e garantiu que os especialistas consultados pelo governo consideraram inicialmente baixo o risco de que o combustível pudesse se derramar no mar.

Nagashiki Shipping, responsável pelo navio, se declarou profundamente ciente de suas responsabilidades e prometeu atender com sinceridade aos pedidos de indenização.

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