LÍBANO

Membro do Hezbollah condenado por assassinato de Rafik Hariri

Correio Braziliense
postado em 18/08/2020 23:06
 (crédito: Piroschka Van de Wouw/AFP)
(crédito: Piroschka Van de Wouw/AFP)

 

Julgado à revelia, Salim Ayash, apontado como membro do movimento xiita Hezbollah, foi condenado, ontem, por envolvimento no assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, em 2005. Outros três réus, também supostos integrantes da organização islâmica, foram absolvidos pelo Tribunal Especial para o Líbano (TSL). Ao fim de seis anos de julgamento, as circunstâncias do crime não ficaram devidamente esclarecidas.
“A Câmara de primeira instância declara Ayyash culpado, além de qualquer dúvida razoável, como co-autor do homicídio intencional de Rafic Hariri”, proferiu o juiz presidente, David Re. Em data a ser anunciada, os magistrados vão pronunciar a sentença, que pode ser de prisão perpétua. Ayash, 56 anos, pode recorrer da decisão.
Declarados inocentes, Hussein Oneissi, 46 anos, e Assad Sabra, 43, foram acusados de terem gravado um vídeo falso que reivindicava a autoria do crime em nome de um grupo inexistente. Recaía sobre Hassan Habib Merhi, 54, acusação de cumplicidade no ataque. Mustafa Badredin, o principal suspeito, considerado o “cérebro” do ataque pelos investigadores, morreu.

Apelação

A acusação vai analisar os votos dos juízes para decidir sobre a interposição de recurso em relação aos absolvidos. Inicialmente, o julgamento estava marcado para o último dia 7, mas o tribunal especial, com sede na Holanda, adiou a audiência em razão da explosão no porto de Beirute, e que deixou pelo menos 177 mortos e mais de 6,5 mil feridos.
Rafic Hariri, premiê até outubro de 2004, foi assassinado na explosão de uma van quando viajava em um carro blindado, no cais de Beirute. Sua morte, pela qual quatro generais libaneses pró-sírios foram inicialmente acusados, gerou uma onda de protestos que forçou a retirada das tropas sírias, após mais de 30 anos de presença no Líbano.
Durante o processo, a promotoria repetiu exaustivamente que o crime “teve fim político”, uma vez que Hariri, um milionário sunita, “era considerado uma grave ameaça pelos pró-sirios e apoiadores do Hezbollah”. Mas nada ficou provado. O Hezbollah, aliado do regime sírio e do Irã, negou qualquer responsabilidade e se recusou a reconhecer o TSL.

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