A Rússia anunciou nesta quinta-feira (20/8) o início, na próxima semana, dos testes clínicos envolvendo mais de 40 mil pessoas para sua vacina contra o coronavírus, anunciada em 11 de agosto e vista com ceticismo pela comunidade internacional.
"Na próxima semana (...), um estudo clínico sobre a eficácia (...) e a segurança da vacina Sputnik V vai começar na Rússia", afirmou o fundo soberano russo, associado ao desenvolvimento da vacina, especificando que "mais de 40 mil pessoas participarão do estudo em mais de 45 centros médicos" em todo o país.
O site oficial dedicado à vacina anunciou, por sua vez, que "a fase 3 dos ensaios clínicos envolvendo mais de 2 mil pessoas" em vários países havia começado em 12 de agosto.
Questionado pela AFP sobre esses testes, o serviço de imprensa do fundo soberano especificou que "não há fase 3 na legislação russa".
"Do ponto de vista jurídico, são estudos que ocorrem após o registro da vacina" em 11 de agosto, disse o fundo, acrescentando que podem ser considerados "equivalentes à fase 3".
O chefe do fundo soberano, Kirill Dmitriev, declarou em uma coletiva de imprensa online realizada nesta quinta-feira que a vacinação de pessoas pertencentes a "grupos de risco", incluindo profissionais da saúde, também começará na próxima semana de forma voluntária.
Mais de 20 países solicitaram a compra de um bilhão de doses da vacina russa, acrescentou.
Ele observou que a Rússia concordou em produzir vacinas em cinco países.
Dmitriev também indicou que prevê o início das "vacinações em larga escala na Rússia em outubro", sendo o início das entregas de vacinas no exterior agendado para novembro ou dezembro.
Uma delegação do ministério da Saúde saudita deve visitar Moscou na próxima semana, acrescentou.
A Sputnik V, nome dado em referência ao primeiro satélite artificial da história, é vista com ceticismo em todo o mundo, em particular por não ter passado por uma fase final de testes no momento de seu anúncio.
"Vimos uma mudança significativa no tom da Organização Mundial da Saúde (OMS). Inicialmente, de fato, eles não tinham informações suficientes sobre a vacina russa, agora informações oficiais foram enviadas e eles vão avaliá-las", explicou Dmitriev.
"Não vemos nenhum obstáculo para que os reguladores individuais aprovem a vacina russa sem a aprovação da OMS", acrescentou.
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