Os Estados Unidos ativaram nesta quinta-feira (20/8) nas Nações Unidas um controverso procedimento com resultado incerto para exigir o restabelecimento das sanções internacionais contra o Irã, acusado de ter violado o acordo nuclear de 2015.
A embaixadora americana na ONU, Kelly Craft, "notificou o Conselho de Segurança" sobre um "descumprimento significativo por parte do Irã de seus compromissos", previstos no texto que supostamente impedia a Teerã adquirir a bomba atômica, segundo carta da qual a AFP obteve uma cópia.
A carta foi entregue pessoalmente pelo secretário de Estado americano, Mike Pompeo, ao embaixador da Indonésia, Dian Triansyah Djani, que preside o Conselho de Segurança este mês.
Os Estados Unidos precisam reativar este mecanismo, chamado "snapback", reivindicando seu estatuto de "participante" do acordo nuclear iraniano de 2015.
Mas esta interpretação é juridicamente contestada, já que o presidente americano, Donald Trump, retirou seu país do acordo em 2018 e voltou a impor e até endureceu sanções unilaterais ao Irã.
Em resposta, as autoridades iranianas começaram a recuar em seus compromissos nucleares, principalmente no relacionado ao enriquecimento de urânio.
"Apesar dos esforços extensivos e da diplomacia exaustiva" realizados por França, Reino Unido, Alemanha para levar a República [Islâmica] pelo caminho correto, suas violações "persistem", afirmou Pompeo, avaliando que "os Estados Unidos não têm nenhuma outra opção" do que ativar o "snapback".
Em tese, este procedimento complexo, previsto na resolução que ratificou o acordo de 2015, deveria permitir o retorno do restante das sanções internacionais em 20 dias de forma praticamente automática.
Mas segundo vários observadores, o embaixador indonésio poderia, após consultar outros membros do Conselho, arquivar a petição americana.
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