Russos: vacina terá duração de dois anos

Correiro Braziliense
postado em 21/08/2020 06:00
 (crédito: AFP)
(crédito: AFP)

A vacina para a covid-19 desenvolvida pela Rússia dará imunidade à doença por, no mínimo, dois anos, segundo cientistas do Instituto Gamaleya que desenvolveram a fórmula da Sputnik V. O anúncio foi feito ontem, em uma coletiva à imprensa, quando detalhes sobre a primeira etapa da imunização da população russa também foram revelados.
“Quanto ao período de eficácia da vacina, suas propriedades protetoras durarão não durante um curto prazo — meio ano, um ano. Serão pelo menos dois anos”, assegurou Alexander Gintsburg, diretor do centro de pesquisa Gamaleya, de acordo com a agência de notícias russas TASS.
Mais de 40 mil pessoas receberão a Sputnik V a partir da semana que vem — o México participará com 2 mil voluntários. Essa etapa faz parte da fase três de testes do imunizante. “O chamado certificado de registro condicionado significa que somos obrigados a realizar um ensaio clínico adicional expandido”, informou Denis Logunov, vice-diretor de trabalhos científicos do instituto.
Segundo ele, a nova etapa não vai avaliar a segurança da fórmula, o que se espera na primeira fase dos ensaios clínicos — etapa em que se enquadra o projeto russo para a Organização Mundial da Saúde (OMS). “O propósito desse protocolo não é tanto estudar a imunogenicidade e a segurança da vacina, nem é preciso dizer. Além disso, teremos que avaliar a eficácia epidêmica dessa vacina”, completou Logunov.
O foco serão grupos específicos, como profissionais da área médica. “As pessoas que vão receber a vacina serão devidamente monitoradas para garantir que todos os procedimentos sejam seguidos”, afirmou Kirill Dmitriev, do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF).
Críticas

A fórmula russa é a primeira, no mundo, a ser registrada para uso amplo, anúncio feito em 11 de agosto. Quatro dias depois, o Ministério Nacional da Saúde informou que a produção do imunizante havia começado. A comunidade científica, porém, critica a falta de divulgação de dados sobre os testes em humanos e animais, o que impede, por exemplo, a revisão dos procedimentos por pares.
A OMS pediu à Rússia dados relacionados ao novo imunizante. Em resposta às reações à Suptinik V, o ministro da saúde do país, Mikhail Murashko, classificou as críticas como infundadas. “Parece que os colegas estrangeiros estão sentindo as vantagens competitivas do medicamento russo e estão tentando expressar certas opiniões absolutamente infundadas”, afirmou, um dia depois do registro da fórmula.

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