O Ministério Público suíço investiga a compra de uma mansão no Reino Unido pela ex-amante do rei emérito espanhol Juan Carlos em 2015, três anos depois de receber dele 65 milhões de euros, segundo a imprensa.
A consultora empresarial nascida na Dinamarca Corinna Larsen garantiu aos promotores de Genebra (Suíça) que pagou seis milhões de libras (6,7 milhões de euros ou 7,8 milhões de dólares) pela mansão Chyknell Hall Estate, perto de Bridgnorth (oeste de Inglaterra), e gastou uma quantia semelhante para reformá-la, de acordo com seu depoimento acessado pelo jornal espanhol El País.
Desde 2018, Larsen está sob investigação por suposta lavagem de dinheiro, e o MP de Genebra investiga essa aquisição e a "estrutura opaca" que usou para a operação, produzida após receber o presente do ex-monarca, segundo o jornal.
A propriedade de 81 hectares inclui uma mansão de 11 quartos, biblioteca, piscina e campo de críquete.
Larsen teria explicado aos promotores suíços que adquiriu a propriedade por meio de um fundo no Panamá que tinha seu filho de 13 anos como beneficiário.
A amante de Juan Carlos I entre 2004 e 2009 afirmou ter recebido uma fortuna do monarca em 2012: 65 milhões de euros (77 milhões de dólares), segundo o jornal suíço La Tribune.
Durante uma entrevista transmitida na quinta-feira pela BBC, disse que o rei deu este "presente extraordinariamente generoso" em agradecimento por "cuidar dele" e pela estima que nutria por seu filho.
A empresária é uma das três pessoas investigadas na Suíça por uma transferência de 100 milhões de dólares que Juan Carlos recebeu em 2008 do então rei Abdullah da Arábia Saudita.
O MP suspeita que os 65 milhões de euros recebidos serviram para esconder o restante dinheiro que recebeu do monarca saudita.
Larsen e Juan Carlos I negam que ela tenha atuado como laranja.
Embora o rei emérito de 82 anos não seja formalmente investigado, as revelações sobre sua fortuna estão sendo examinadas pela Justiça espanhola e suíça e o levaram a deixar o país no dia 3 de agosto em direção aos Emirados Árabes Unidos.
Do exílio auto-imposto e concordado com o seu herdeiro Felipe VI, o rei, que abdicou em 2014, garante que continuará à disposição da Justiça espanhola.
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