A Itália relembrou, nesta segunda-feira (24/8), as vítimas do devastador terremoto de Amatrice, que causou a morte em 2016 de quase 300 pessoas no centro do país, enquanto ressurgem as polêmicas pela reconstrução inacabada e as promessas não cumpridas.
Quando em 24 de agosto de 2016, às 03h36 locais, um violento terremoto sacudiu a pequena cidade de Amatrice e várias cidades vizinhas da região montanhosa de Marche (Marcas), milhares de pessoas ficaram sem teto e tiveram que se refugiar em acampamentos de emergência.
Quatro anos depois, não só a perda das vidas humanas será lembrada, mas também a destruição generalizada de um patrimônio artístico e cultural imenso.
Devido à emergência de saúde pelo coronavírus, as celebrações serão limitadas. Uma vigília de oração seguida pelo som das campanhas na hora exata do terremoto e a leitura dos nomes das pessoas que ficaram sob os escombros marcarão o início das cerimônias.
O primeiro-ministro Giuseppe Conte viajou para Amatrice, entre as cidades mais afetadas, para prestar homenagem nesta segunda-feira em uma cerimônia "dessa noite dramática" que deixou "mais de 40.000 vítimas", disse.
"O trabalho de reconstrução das cidades destruídas está inacabado e continua com dificuldade, principalmente pelas dificuldades burocráticas", reconheceu nesta segunda-feira o presidente da República, Sergio Mattarella, que pediu ao Estado para ter "mais determinação e eficiência".
Segundo um relatório oficial, divulgado pelo jornal "La Repubblica", menos de 8% das obras públicas foram finalizadas nesses quatro anos.
A maior parte do trabalho planejado "está longe de acabar ou sequer começou", diz o estudo.
"Até agora foram realizadas 186 intervenções públicas das 2.347 previstas, ou seja, 7,92%", destaca.
Os projetos privados avançam muito mais rápido, segundo o jornal, enquanto aqueles de caráter público caminham com lentidão.
Das 250 escolas afetadas, 75 ainda não começaram as obras e 144 estão na etapa de planejamento. No total, apenas 17 foram entregues e somente 6 estão em execução, ressalta o relatório.
A situação é ainda mais grave para os quartéis, escritórios municipais e hospitais, já que ainda não iniciaram a reconstrução.
"O dado mais impressionante é o setor da construção de casas, no qual foram realizadas apenas 7 intervenções de 311", destaca o texto.
Nos 138 municípios afetados, a maioria de menos de 5 mil habitantes, 80 mil edifícios privados foram danificados, 50 mil deles gravemente, lembra o jornal.
Foram apresentados 11 mil pedidos de ajudas públicas para a reconstrução e 526 milhões de euros (cerca de 623 milhões de dólares) foram desembolsados.
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