Ilhas Artificiais

EUA sanciona empresas chinesas por obras no Mar da China Meridional

Os Estados Unidos anunciaram sanções e restrições a 24 empresas chinesas e funcionários associados por participarem da construção de ilhas artificiais em águas disputadas no Mar do Sul da China

Agência France-Presse
postado em 26/08/2020 13:50
 (crédito: TED ALJIBE / AFP)
(crédito: TED ALJIBE / AFP)

O governo americano anunciou, nesta quarta-feira (26/8), sanções e restrições contra 24 empresas chinesas e pessoas vinculadas a elas por construírem ilhas artificiais nas disputadas águas do Mar da China Meridional.

As empresas incluem subsidiárias da gigante da construção China Communications Construction Co., empresas de telecomunicações e uma unidade da empresa de construção naval China Shipbuilding.

O Departamento do Comércio dos Estados Unidos afirmou que as empresas "permitiram à China construir e militarizar postos avançados em áreas disputadas no Mar da China Meridional".

Desde 2013, a China "usa suas empresas de propriedade estatal para explorar e recuperar mais de 3.000 acres (cerca de 1.200 hectares) em áreas disputadas do Mar da China Meridional, desestabilizando a região, pisando nos direitos soberanos de seus vizinhos e causando devastação ambiental", disse o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em uma nota.

As 24 empresas foram incorporadas à "Lista de Entidades" do Departamento do Comércio, procedimento que impede a exportação de produtos americanos para elas.

Do mesmo modo, as pessoas vinculadas a essas operações no Mar da China Meridional não obterão visto para visitar os Estados Unidos.

Crítica ao HSBC

Pompeo também criticou o HSBC, gigante banco britânico com sede em Hong Kong, após o relato de que congelou o acesso de executivos do Next Media às suas contas pessoais e cartões de crédito, enquanto as autoridades de Pequim e Hong Kong pressionam esse grupo.

"O banco mantém as contas de indivíduos sancionados por negar a liberdade aos habitantes de Hong Kong e fecha a daqueles que buscam liberdade", disse Pompeo.

"Os países livres devem garantir que os interesses corporativos não sejam subornados pelo PCCh (Partido Comunista Chinês) para ajudar em sua repressão política", acrescentou.

A determinação de sancionar empresas e chineses faz parte dos esforços de Washington para pressionar Pequim por suas construções militares no Mar da China Meridional, cuja soberania é contestada por vários países, entre eles Vietnã, Filipinas, Malásia e Taiwan.

Pequim tentou impor sua reivindicação de grande parte desse mar, construindo pequenas ilhotas e recifes em bases militares com pistas de aviação e instalações portuárias.

Em julho, Washington classificou formalmente essas ações como ilegais e apoiou, de modo implícito, as reivindicações contra a China feitas pelos países do Sudeste Asiático.

Tanto os Estados Unidos quanto a China aumentaram seus movimentos militares na área, o que elevou a tensão entre as maiores potências do mundo.

Os chineses realizaram exercícios militares, enquanto a Marinha dos Estados Unidos empreendeu manobras que incluem navegar em águas ao redor das ilhas que Pequim considera como suas.

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