Imagens da Bomba Czar, detonada em 30 de outubro de 1961, foram divulgadas pela Rosatom, a agência atômica russa. A maior bomba de todos os tempos foi estourada em um arquipélago da Rússia no Círculo Ártico. A revelação está no documentário de 40 minutos, até então secreto, da agência. Nele, são expostas as preparações para a detonação, a nuvem de fumaça e o estrago causado pela detonação (veja aos 22 minutos e 44 segundos do vídeo abaixo).
À época, a União Soviética, a antiga federação de países socialistas liderados pela Rússia, e os Estados Unidos estavam em uma corrida armamentista, conhecida como Guerra Fria, em que faziam testes de armas e bombas cada vez mais poderosas.
A força explosiva da Czar foi de 50 megatons, o equivalente a 50 milhões de toneladas de explosivos convencionais. Isso a tornou 3.300 vezes mais destrutiva do que a arma usada em Hiroshima, no Japão, no fim da Segunda Guerra Mundial, e muito mais poderosa do que a arma de 15 megatons disparada pelos EUA em 1954 em sua maior explosão de bomba de hidrogênio.
O dispositivo explodiu a 4 mil metros acima do solo. A nuvem em forma de cogumelo atingiu 64 quilômetros de altura, segundo a BBC, e a luz pôde ser vista a mil quilômetros de distância. Uma vila a 54 quilômetros do ponto de detonação foi completamente destruída. Ela precisou ser solta por um paraquedas, para que os pilotos dos aviões que derrubaram a bomba tivessem chance de viver.
Bomba atômica x bomba de hidrogênio
A diferença entre as bombas é o processo de detonação. Na bomba atômica, a explosão resulta da liberação repentina de energia após a separação (fissão) do núcleo de um elemento químico pesado, como o plutônio.
O processo de detonação de uma bomba de hidrogênio é mais complexo. Primeiramente, deve haver a detonação de uma bomba atômica. A primeira explosão gera temperaturas de milhões de graus, criando energia suficiente para forçar a aproximação dos núcleos de isótopos de hidrogênio, combinando-os num segundo estágio conhecido como fusão nuclear.
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