A China poderia boicotar os produtos da Apple no país caso o governo dos Estados Unidos proíba o aplicativo chinês WeChat, advertiu nesta sexta-feira um porta-voz do governo de Pequim, em um momento de grande tensão entre as duas potências.
O presidente americano, Donald Trump, que assinou no início do mês um decreto para proibir o aplicativo de compartilhamento de vídeos chinês TikTok, acusado de espionagem a favor do governo chinês, poderia fazer o mesmo com a plataforma WeChat, muito utilizada na China, que pertence ao grupo Tencent.
"Se proibirem o WeChat (nos Estados Unidos) não existirá nenhuma razão para que os chineses conservem seus iPhone e produtos Apple", advertiu no Twitter o porta-voz da diplomacia de Pequim, Zhao Lijian.
Esta é uma declaração muito mais direta que a feita por Zhao na quinta-feira, quando afirmou que "muitos chineses dizem que poderiam de deixar de utilizar o iPhone se o WeChat for proibido".
O decreto da administração Trump ameaça proibir as transações financeiras de empresas americanas com o WeChat, o que de fato poderia obrigar a Apple a retirar o aplicativo de sua plataforma AppStore.
Nesta sexta-feira, o assunto era muito comentado nas redes sociais na China.
"Uso Apple, mas também amo o meu país", escreveu um internauta na plataforma Weibo, similar ao Twitter, rede social proibida na China.
"Pouco importa a qualidade da Apple, (um iPhone) é apenas um telefone e pode ser substituído. Mas o WeChat é diferente", comentou outra pessoa.
Conhecido com o nome Weixin em mandarim, o WeChat tem 1,2 bilhão de usuários ativos. Em sua maioria são chineses, mas o aplicativo está disponível em 20 idiomas.
Inicialmente era um aplicativo de mensagens instantâneas similar ao americano WhatsApp, mass atualmente o WeChat oferece uma ampla gama de serviços na China, incluindo o pagamento pelo telefone, notícias, jogos eletrônicos, reservas de hotel ou de viagens.
Os produtos Apple, do iPhone ao iPad, são muito populares na China, um dos principais mercados do grupo americano fora dos Estados Unidos.
A Apple representava 8% do mercado chinês de smartphones no segundo trimestre, muito atrás da líder nacional Huawei, de acordo com a agência Counterpoint Research.
Os produtos Apple, fabricados na China, representam uma importante fonte de empregos no país asiático, o que sem dúvida tem impedido Pequim de obstruir as atividades da empresa americana.
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