Boris Johnson

Boris Johnson cai nas pesquisas antes da difícil retomada das atividades

Trata-se de um novo desafio para o líder britânico que enfrenta dificuldades na retomada das atividades no país, em meio à pandemia da covid-19

Correio Braziliense
postado em 30/08/2020 16:33
 (crédito: Oli Scarff/AFP)
(crédito: Oli Scarff/AFP)

Desde que assumiram o poder, os conservadores de Boris Johnson perderam, pela primeira vez, a liderança nas pesquisas de preferência frente à oposição trabalhista - revela uma sondagem publicada neste domingo (30).

Trata-se de um novo desafio para o líder britânico que enfrenta dificuldades na retomada das atividades no país, em meio à pandemia da covid-19.

Com uma gestão da crise de saúde muito criticada, com o medo de um novo surto, a complicada volta às aulas, uma grave recessão econômica, enigmáticas idas e vindas e reclamações em seu próprio campo de atuação, a volta às aulas oferecerá muito pouco respiro a Johnson, já exigido em várias frentes.

Uma pesquisa da empresa Opinium, publicada neste domingo pelo The Observer, mostra conservadores e trabalhistas empatados, com 40% das intenções de voto para cada lado, pela primeira vez desde o verão de 2019.

A queda para os conservadores é vertiginosa. Grandes vencedores das eleições legislativas de dezembro, eles agora caíram 26 pontos em pouco mais de cinco meses, após a imposição do isolamento social, hoje quase totalmente suspenso.

"Desde que Boris Johnson se tornou primeiro-ministro, os conservadores geralmente tinham uma liderança de dois dígitos, atingindo seu auge em março/abril, em uma época em que a gestão da pandemia e da crise econômica era relativamente bem aceita. No entanto, os trabalhistas mudaram de liderança, substituindo Jeremy Corbyn, da extrema esquerda, por Keir Starmer, moderado", observou Adam Drummond, da Opinium, no jornal.

 "Clima de incerteza" 


Além disso, desde então, muita coisa também mudou rapidamente no Reino Unido, o país com mais vítimas fatais na Europa pelo novo coronavírus. Até agora, são cerca de 41.500 óbitos.

O governo foi duramente criticado por não ter compreendido a escala da pandemia com antecedência: primeiramente, com a falta de equipamento de proteção para o pessoal de saúde, e, depois, com uma avaliação insuficiente do cenário.

Ao voltar para Westminster na terça-feira, Johnson terá muito trabalho pela frente para tranquilizar seus parlamentares, atualmente a ampla maioria.

"Com muita frequência, o atual governo parece agir com o dedo molhado para saber para que lado sopra o vento. Não é uma forma sustentável de governar", lamenta Charles Walker, vice-presidente do influente "comitê de 1922", responsável pela organização do Partido Conservador em nível parlamentar.

Outro tema muito discutido é a volta às aulas na Inglaterra na próxima semana, após meses de fechamento parcial por causa da covid-19.

Diante das preocupações dos sindicatos e dos pais dos alunos, o governo insiste em que as escolas são ambientes seguros.

Também nisso Estado é criticado, por mudar de última hora as medidas anunciadas para a população, como em relação ao uso de máscaras. Agora, elas devem ser usadas nas instituições de ensino médio em regiões com altos índices de infecção.

Outro grande motivo de insatisfação: o Executivo considera um aumento dos impostos, que seria "o mais importante em uma geração", de acordo com o "Sunday Telegraph", que têm fontes ligadas ao governo. O objetivo é pagar a fatura resultante da pandemia.

A crise na saúde deixou um rastro de devastação financeira, antes da implementação do Brexit, no final do ano, um quadro que trará sua cota disruptiva. O PIB registrou uma queda recorde de 20,4% no segundo trimestre, o pior desempenho de toda Europa.

Para revitalizar a economia e as áreas centrais, o governo tem incentivado os funcionários que fazem trabalho remoto há semanas a voltarem aos seus escritórios, enquanto grandes marcas e redes de fast-food estão demitindo milhares de funcionários.

De acordo com "The Telegraph", no entanto, uma grande campanha de incentivo sobre isso, marcada para a próxima semana, teria sido suspensa por temor do ressurgimento da covid-19 com o retorno às aulas.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação