O grupo chinês Bytedance, dono do popular aplicativo de vídeo TikTok, anunciou em comunicado neste domingo (30) que vai "cumprir estritamente" as novas regulamentações de exportação impostas pela China, o que dificultaria a venda das atividades da empresa nos Estados Unidos, uma transação sob pressão do presidente Donald Trump.
O TikTok está há várias semanas no meio das tensões diplomáticas entre os Estados Unidos e a China. Em nome da "segurança nacional", o presidente americano assinou em 6 de agosto um decreto que obrigaria o ByteDance a vender rapidamente as suas operações do TikTok nos EUA, já que Trump acusa o governo chinês de espionagem.
No entanto, o Ministério do Comércio chinês estendeu na sexta-feira as regras aplicadas por Pequim às "tecnologias para uso civil", referentes à importação e exportação de tecnologias.
É a primeira vez desde 2008 que a China modifica sua lista de tecnologias sujeitas a restrições ou proibições de exportação.
Segundo um professor citado pela agência oficial de notícias Xinhua, essa mudança pode significar que a Bytedance terá que obter autorização do governo chinês para vender seu aplicativo de vídeo a uma empresa americana.
No início desta semana, o CEO do TikTok, Kevin Mayer, deixou a empresa, poucos dias após ela abrir um processo contestando as decisões do governo americano.
O TikTok, que teve 175 milhões de downloads nos Estados Unidos e mais de 1 bilhão em todo o mundo, explica em sua ação judicial que as decisões de Trump são motivadas por questões políticas e financeiras, e não por questões de segurança nacional.
O decreto de Trump seria um abuso à lei federal "International Emergency Economic Powers Act", uma vez que a plataforma não representa "uma ameaça incomum ou extraordinária", argumentou o aplicativo de vídeos.
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