A pandemia da covid-19 interrompeu o avanço do combate a outras enfermidades no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A instituição divulgou ontem um estudo que mostra que, em função da crise sanitária, mais de 90% dos países enfrentaram ou enfrentam dificuldades em atendimentos na área, como aplicações de vacina e tratamento de tumores, e que os desdobramentos desse problema podem durar muito tempo.
Os especialistas analisaram respostas de mais de 100 países coletadas entre maio e julho. Entre os serviços mais afetados estão imunizações de rotina (70%), planejamento familiar (68%) e diagnóstico e tratamento de cânceres (55%). Os serviços de emergência foram afetados em quase um quarto dos países que responderam aos questionamentos.
O estudo também mostra que a região do Mediterrâneo Oriental, que engloba Afeganistão, Síria e Iêmen, foi a mais prejudicada, seguida pela África e pelo sudeste da Ásia. O levantamento não analisou as Américas. “O impacto da pandemia da covid-19 em serviços de saúde essenciais é fonte de grande preocupação. Grandes avanços de saúde obtidos ao longo das últimas duas décadas podem ser eliminados em um período de tempo curto”, afirmam as autoridades da OMS, no relatório.
Segundo os especialistas, os óbitos que não estão relacionados ao novo coronavírus também aumentaram em algumas regiões, o que pode ter sido provocado por problemas enfrentados nos serviços de saúde. Porém, eles ressaltam que esses dados são mais difíceis de serem calculados.
A equipe alertou ainda para a possibilidade de os problemas relacionados à saúde persistirem após o fim da crise sanitária. “O impacto pode ser sentido para além da pandemia imediata, já que, ao tentar colocar os serviços em dia, os países podem descobrir que estão sobrecarregados”, destacam os autores do relatório.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.