Boate tem 13 mortos após chegada da polícia

Peru

Pelo menos 13 pessoas morreram sufocadas, na noite de sábado, em uma boate no Peru, invadida pela polícia para interromper uma festa proibida, devido à pandemia de coronavírus. “Após uma operação policial em uma casa de festas em Los Olivos, foram registrados 13 mortos”, disse à rádio RPP o chefe de polícia, general Orlando Velasco.


Cento e vinte pessoas participavam da festa convocada por meio das redes sociais, violando a norma que proíbe reuniões grupais no Peru devido ao estado de emergência sanitária.


O presidente Martín Vizcarra lamentou a tragédia e expressou “indignação com a irresponsabilidade” dos organizadores da festa. “Não pode ser. Enquanto temos uma população, como os trabalhadores de saúde, que expõem a vida para salvar vidas, há empresários, como os donos desta discoteca, que expõem a vida das pessoas”, disse Vizcarra.


A ação foi desencadeada uma hora antes do início do toque de recolher noturno, depois que vizinhos reclamaram de uma festa. Alguns participantes do evento e vizinhos negaram a versão policial de ter dispensado os gases lacrimogêneos para desocupar o local. “Parece que a polícia entrou e jogou bombas lacrimogêneas, prendeu as pessoas e elas morreram asfixiadas”, disse um vizinho. Entre os 13 mortos, há 11 homens e duas mulheres. Outras três pessoas ficaram feridas, além de três policiais que tentaram libertar e ajudar os detidos.


Vinte e três pessoas foram detidas. O desespero para evitar a prisão teria causado a tragédia. A lei peruana prevê penas de prisão e penalidades financeiras equivalentes a US$ 110 para aqueles que não cumprirem as regras impostas pela pandemia, como a participação em reuniões sociais.


A festa aconteceu na boate Thomas Restobar, uma casa de dois andares licenciada desde 2016, no município de Los Olivos, populoso bairro ao norte de Lima. A idade das vítimas varia entre 20 a 30 anos.


As autoridades de saúde anunciaram que 15 dos 23 detidos testaram positivo para covid-19 no centro policial de Los Olivos. “Há um foco muito grande de infecção pelo coronavírus na festa”, disse o médico Claudio Ramírez.