Manifestantes pediram respostas na terça-feira (1/°9) em um bairro de Los Angeles onde policiais mataram um homem negro na segunda-feira, em um clima geral de tensão e desconfiança em relação às forças de segurança nos Estados Unidos, após vários casos de violência contra afro-americanos.
A vítima, identificada como Dijon Kizzee, 29 anos, estava andando de bicicleta na tarde de segunda-feira em um bairro ao sul da cidade, quando policiais tentaram detê-lo por uma suposta violação de trânsito, segundo a autoridade, embora a natureza da infração não tenha sido especificada.
Segundo as autoridades, o homem "fugiu correndo" deixando sua bicicleta para trás e, quando os policiais conseguiram prendê-lo, ele acertou um deles no rosto. Nesse momento, deixou cair várias peças de roupa que carregava consigo.
"Os policiais notaram que dentro da pilha de roupas havia uma pistola semiautomática preta", informou em coletiva de imprensa o tenente Brandon Dean, do gabinete do xerife do Condado de Los Angeles.
Esse foi o momento em que os agentes dispararam. O homem, alvejado por várias balas, morreu no local.
As autoridades não especificaram se o homem estava procurando sua arma quando recebeu os disparos. Dean informou que foi aberta uma investigação sobre o caso.
Deja, uma mulher que testemunhou o tiroteio, mas deu apenas seu primeiro nome, disse à AFP que gritou "não atirem, não atirem" enquanto os policiais tentavam prender Kizzee, que morava em seu bairro.
"Eles estavam tentando pegá-lo e pegar suas coisas e, finalmente, quando não conseguiram, ele se virou para correr e foi atingido por uma descarga de taser (pistola elétrica) na parte de trás da perna", disse Deja. "Ele se virou e atiraram nele", contou.
Deja afirmou que os policiais algemaram Kizzee antes que ele fosse declarado morto.
Cem pessoas se reuniram no local na segunda-feira à noite para exigir justiça, segurando faixas "Vidas negras importam" e gritando "Sem justiça não haverá paz".
Um pequeno grupo voltou a se reunir no bairro na terça-feira para uma manifestação pacífica.
Algumas pessoas exibiam uma faixa com a frase: "Parem os policiais assassinos".
Os Estados Unidos têm sido palco de uma onda de protestos antirracistas após a morte de George Floyd em maio, um homem negro sufocado pelos joelhos de um policial branco em Minneapolis. As manifestações voltaram a ganhar força na semana passada depois que outro policial branco disparou sete vezes à queima-roupa contra um homem negro, Jacob Blake, em Kenosha, Wisconsin.
O presidente Donald Trump esteve na pequena cidade nesta terça-feira, entre pedidos para que não visitasse o local e acusações de estar alimentando perigosamente essas tensões como estratégia para se reeleger em novembro.
Em sua passagem por Kenosha, Trump não visitou a família de Jacob Blake, que ficou paraplégico em um novo aparente caso de abuso policial.
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