O Gerb, partido político do primeiro-ministro conservador da Bulgária, condenou, ontem, as manifestações recentes no país e destacou que Boiko Borisov não deixará o poder. “Depois dos excessos de ontem, não renunciaremos, porque isso significaria que qualquer governo deveria ceder à pressão dos desordeiros”, disse, no Parlamento, Toma Bikov, um líder do partido no poder.
Protestos anticorrupção multiplicam-se no país nos últimos dois meses, reivindicando a saída do premiê. Anteontem, as manifestações ganharam contornos mais violentos, pela primeira vez, depois que o governo de Borisov obteve o aval do Legislativo para lançar um polêmico projeto de reforma da Constituição. Houve confrontos que se estenderam até a madrugada de ontem.
Segundo a polícia, 126 pessoas, 62 delas conhecidas pelas forças de segurança, foram presas. Oitenta policiais ficaram feridos e os agentes usaram, pela primeira vez, sprays de pimenta para dispersar o protesto. Segundo uma equipe da agência de notícias France-Presse, alguns dos manifestantes foram cercados e espancados.
“Esses confrontos permitem ao governo marcar um ponto com a opinião pública”, comentou o cientista político Dimitar Ganev, na televisão búlgara. “O limite da intolerância foi ultrapassado (...). Nós suspendemos os bloqueios porque elementos criminosos haviam armazenado material perigoso”, incluindo coquetéis molotov, declarou o diretor da polícia em Sofia, Gueorgui Hadjiev.
Impotentes diante dos excessos, os organizadores das manifestações falaram em provocações e seus apelos à calma não foram ouvidos. “Alguns manifestantes, entre eles torcedores de futebol, agrediram brutalmente (policiais)”, disse Hadjiev. “Eles atacaram com fogos de artifício, bombas artesanais, pedras e paralelepípedos”, acrescentou.
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