ESTADOS UNIDOS

100ª noite de protestos em Portland é marcada por gás lacrimogêneo e coquetéis molotov

Dezenas de pessoas foram presas no sábado à noite após protestar contra a discriminação racial e a brutalidade policial na cidade localizada no extremo oeste dos Estados Unidos

Agência France-Presse
postado em 06/09/2020 12:45 / atualizado em 06/09/2020 12:52
 (crédito: NATHAN HOWARD / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
(crédito: NATHAN HOWARD / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)

Dezenas de pessoas foram presas no sábado à noite em Portland, no 100º dia de mobilizações para protestar contra a discriminação racial e a brutalidade policial. Mas assim que a marcha começou, manifestantes lançaram coquetéis molotov na polícia, que havia isolado a área, causando caos, constataram jornalistas da AFP.

A polícia considerou que esta manifestação "não autorizada" se transformou em um "motim" e respondeu com gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e munição "não letal" para tentar dispersar a multidão. Um longo jogo de gato e rato se seguiu pelos becos do bairro residencial do leste de Portland, o que resultou em várias dezenas de prisões, a maioria delas de jovens e mulheres.

"Era a 100º manifestação do movimento Black Lives Matter em Portland desde a morte de George Floyd e eles queriam nos impedir de protestar", disse Kay, uma manifestante de 20 anos com os olhos vermelhos, irritados pelo gás. "Mas é nosso direito constitucional estar aqui e nos manifestar", afirmou, indignada.

Como praticamente todas as noites desde o final de maio, dezenas de militantes antirracistas e antifascistas, muitos equipados com capacetes e máscaras de gás e até escudos feitos à mão, se reuniram para insultar e provocar a polícia que simboliza, para eles, a opressão de um país onde a discriminação racial é institucionalizada. A situação piorou em 29 de agosto, quando Aaron Danielson, de 39 anos, partidário de um grupo nacionalista chamado Patriot Prayer, foi baleado e morto em Portland, à margem de uma manifestação.

Um homem de 48 anos, suspeito do assassinato, que se dizia "antifascista" nas redes sociais, foi morto na quinta-feira pela polícia no estado vizinho de Washington. Michael Reinoehl teria tentado fugir e estava armado quando morreu. Uma manifestação da extrema direita em apoio à reeleição de Donald Trump em 3 de novembro está programada para Portland na segunda-feira, aumentando o temor de novos incidentes.

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