Um membro da Guarda Nacional foi morto neste domingo (6) em uma cidade turística do leste da Tunísia em um ataque "terrorista" e três agressores foram abatidos, informou à AFP o porta-voz da Guarda Nacional.
"Uma patrulha de dois agentes da Guarda Nacional foi vítima de um ataque com faca no centro de Susa. Um deles morreu como mártir e o outro, ferido, está hospitalizado", disse o porta-voz Hucem Eddin Khebali.
Após o ataque, as forças de segurança perseguiram os agressores, que roubaram a viatura e as armas das vítimas, segundo a mesma fonte. "Em uma troca de tiros, três terroristas foram mortos", disse Khebabli. O ataque e a perseguição ocorreram em Akuda, na região turística de El Kantaui. A polícia isolou a área, constatou um fotógrafo da AFP.
Em comunicado publicado em seu site oficial, o ministério do Interior declarou que os três agressores "atingiram" os dois agentes da Guarda Nacional com seu carro, mas sem mencionar que haviam sido esfaqueados.
O ministério confirmou as mortes dos três agressores numa troca de tiros com as forças de segurança, sem dar mais detalhes. O presidente Kais Saied, que apareceu no local do ataque, afirmou que os agressores colidiram com os gendarmes e os esfaquearam. "A polícia deve ser capaz de (identificar) quem está por trás dessas pessoas (os agressores) e saber se eles realizaram essa operação individualmente ou em nome de uma organização", apontou Saied.
Cada novo ataque traz à tona a memória dos atentados suicidas após a revolução de 2011. A cidade de Susa já havia sido palco de um atentado jihadista em 2015. O último ataque desse tipo data de 6 de março. Um policial foi morto e cinco outros feridos, além de um civil, em um duplo ataque suicida contra as forças de segurança que protegiam a embaixada dos Estados Unidos em Tunes.
Após a queda da ditadura em 2011, a Tunísia enfrentou um boom do movimento jihadista, responsável pela morte de dezenas de soldados e policiais, mas também de muitos civis e 59 turistas estrangeiros, incluindo cerca de 40 em Susa em 2015. Em setembro de 2012, a embaixada dos Estados Unidos já havia sido atacada por manifestantes, em sua maioria do movimento salafista, protestando contra um filme islamofóbico feito nos Estados Unidos. Quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em confrontos violentos entre a polícia e manifestantes.
A segurança melhorou consideravelmente nos últimos três anos, mas ataques esporádicos ainda são realizados contra as forças de ordem, especialmente nas montanhas que fazem fronteira com a Argélia. Em junho de 2019, o duplo atentado suicida reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) teve como alvo policiais no centro de Tunes e na frente de um quartel e matou um policial.
Além do EI, a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM) realizou vários ataques mortais na última década. Em fevereiro, AQIM confirmou a morte de um de seus líderes, Abu Iyadh, fundador do principal grupo jihadista tunisiano, o Ansar al Sharia, acusado em particular de ter orquestrado a violência contra a embaixada dos EUA em 2012.
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