Lukashenko

Presidente de Belarus: "Se Belarus cair, a próxima será a Rússia"

Durante a campanha eleitoral de verão, após acusar a Rússia de tentar derrubá-lo por se recusar a se submeter às vontades de Moscou Lukashenko

Agência France-Presse
postado em 08/09/2020 15:53 / atualizado em 08/09/2020 15:58
 (crédito: Siarhei LESKIEC / AFP)
(crédito: Siarhei LESKIEC / AFP)

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, declarou nesta terça-feira (8/9) que a Rússia será o próximo país a cair caso o seu regime entrar em colapso por causa da pressão popular.

"Sabem a conclusão de que chegamos sobre o poder russo? Se Belarus cair, a Rússia será a próxima", afirmou Lukashenko em uma entrevista a vários meios de comunicação russos e citado pela agência de notícias RIA Novosti.

"Não facilitem", acrescentou, considerando ainda que "se Lukashenko cair, todo o sistema cairá".

Durante a campanha eleitoral de verão, após acusar a Rússia de tentar derrubá-lo por se recusar a se submeter às vontades de Moscou, Lukashenko deu uma guinada de 180 graus, pedindo o apoio da Rússia frente às manifestações sem precedentes no país desde que chegou ao poder em 1994.

O líder bielorrusso entrou em contato com o presidente russo Vladimir Putin em várias ocasiões para discutir o assunto e recebeu a promessa de tropas se o movimento de protesto degenerar em violência.

Uma cúpula entre os dois está prevista para os próximos dias ou semanas. A Rússia, aferventada pelas revoluções de 2000 e 2010 em vários países da ex-URSS (Geórgia, Ucrânia, Quirguistão), sua tradicional área de influência, se opõe a todas as formas de protesto contra a legitimidade eleitoral dos regimes estabelecidos, muitas vezes autoritários.

Sobre a prisão na fronteira nesta madrugada de uma proeminente opositora bielorrussa, Maria Kolésnikova, Lukashenko disse que ela havia sido atirada de um carro "em movimento" nas mãos de guardas de fronteira enquanto fugia para a vizinha Ucrânia.

"Eles aceleraram o carro e a jogaram enquanto ele se movia. Em movimento", insistiu Lukashenko, dizendo que agora está negociando com a Ucrânia a entrega dos outros dois opositores que estavam no veículo e cruzaram a fronteira.

Na manhã desta terça-feira, Kiev negou essa versão dos acontecimentos pelas autoridades bielorrussas, explicando que Kolsnikova resistiu à sua expulsão forçada de Belarus e que, uma vez que não podia ser expulsa do país, tinha sido presa.

De acordo com a agência Interfax-Ucrânia, seu passaporte foi rasgado para que não pudesse cruzar a fronteira. Seus dois colegas que estavam no carro, Anton Rodnenkov e Ivan Kravsov, falarão com a imprensa em Kiev na noite desta terça-feira.

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