Depois dos Emirados Árabes Unidos, ontem foi a vez do Bahrein decidir acertar suas relações com Israel. O anúncio, novamente, foi feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Outro avanço HISTÓRICO hoje! Nossos dois GRANDES amigos Israel e o Reino de Bahrein concordam em um Acordo de Paz”, tuitou o republicano. Palestinos criticaram o acerto.
A normalização das relações entre o Estado hebreu e os aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio, incluindo as ricas monarquias do Golfo, é um objetivo fundamental da estratégia regional implementada por Trump para conter o Irã, um inimigo íntimo de Washington e também dos israelenses.
Simultaneamente ao tuíte de Trump, em Jerusalém, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou. “Cidadãos de Israel, estou comovido em informá-los que hoje à noite chegaremos a outro acordo de paz com outro país árabe, o Bahrein. Este acordo contribui para a paz histórica com os Emirados Árabes Unidos”, exaltou o premiê, em nota.
Posteriormente, houve um terceiro anúncio, num comunicado conjunto entre Estados Unidos, Bahrein e Israel, também tuitado por Trump. Em comum, Bahrein e Israel nutrem a mesma hostilidade em relação a Teerã, que Manama acusa de instrumentalizar a comunidade xiita do país contra a dinastia sunita governante.
O acordo vai aumentar a “segurança, estabilidade e prosperidade” da região, declarou um dos assessores do xeque e ex-chanceler do Bahrein, Khalid al Khalifa.
“Agressão”
Em breves comentários no Salão Oval da Casa Branca, Trump sugeriu, sem apresentar indícios concretos, que a situação poderia evoluir positivamente com os palestinos. Entretanto, não demorou até que o novo acordo recebesse críticas. “É uma facada nas costas da causa palestina e do povo palestino”, disse Ahmad Majdalani, o ministro de Assuntos Sociais da Autoridade Palestina, à agência de notícias France-Presse. Por sua vez, o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, denunciou uma “agressão” com “graves danos” aos palestinos.
Desde que assumiu o poder, Donald Trump distanciou-se da Autoridade Palestina, multiplicando decisões favoráveis a Israel. Após o anúncio, no mês passado, da retomada dos laços diplomáticos entre Israel e os Emirados Árabes, os palestinos também acusaram Abu Dhabi de traição.
Durante uma visita do secretário de Estado americano Mike Pompeo a Manama, no fim do mês passado, o rei do Bahrein reafirmou que seu país apoiava a criação de um Estado palestino, aparentemente rejeitando o apelo de Washington para estabelecer relações com Israel.
A declaração conjunta emitida pela Casa Branca especifica que o Bahrein participará de uma cerimônia de assinatura, marcada para a próxima terça-feira, na sede da Presidência dos Estados Unidos, que contará com a presença de Netanyahu.
O Bahrein é o quarto país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel. Em 1979, o Egito assinou um tratado de paz com o Estado Hebreu. Quinze anos depois, foi a vez da Jordânia.
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