Pandemia

Universidade de Oxford anuncia retomada de testes para vacina contra covid-19

Os estudos haviam sido suspensos na terça-feira, 8, após um participante apresentar reações adversas sérias.

Correio Braziliense
postado em 12/09/2020 11:17 / atualizado em 12/09/2020 12:57
 (crédito: Divulgação/Governo Federal)
(crédito: Divulgação/Governo Federal)

Os testes da vacina contra a covid-19 criada pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca serão retomados, anunciou a instituição de ensino britânica neste sábado (12/9), quatro dias depois da interrupção. Os estudos, que ocorrem também no Brasil, haviam sido suspensos na terça-feira (8/9), após um participante apresentar reações adversas sérias.

Segundo um comunicado um processo de revisão foi concluído e a retomada dos testes, autorizada. "Globalmente, cerca de 18 mil pessoas receberam as vacinas do estudo como parte do ensaio. Em grandes ensaios como este, espera-se que alguns participantes não se sintam bem e todos os casos devem ser avaliados cuidadosamente para garantir uma avaliação cuidadosa da segurança", diz a nota, que menciona ainda o respeito aos "mais altos padrões de conduta".

Não foram dadas informações sobre o paciente que teve as reações indesejadas. Na terça-feira, ao anunciar a interrupção, a AstraZeneca informou: "Não está claro qual foi a reação desfavorável e quando ela ocorreu, mas espera-se que o participante se recupere. Também não se sabe quem pausou o estudo, quão grave ou rara pode ser a reação e quanto tempo o hiato pode durar".

Interrupção foi elogiada

Esta foi a segunda vez que os testes com a vacina foram interrompidos. A primeira foi em julho, quando um participante apresentou sintomas neurológicos. No caso, ele foi diagnosticado com esclerose múltipla, e o comitê de investigação da companhia determinou que não havia relação com a substância.

A transparência com que a universidade e a empresa têm agido é elogiada por especialistas, como Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) e uma das voluntárias que participa dos testes no Brasil. “Quando se faz um estudo clínico sobre um medicamento ou uma vacina, existe a vigilância dos efeitos adversos. Quando eles acontecem até 42 dias depois, todos têm de ser registrados. Pode ser relacionado à substância e pode não ter nada a ver”, esclareceu ao Correio. “Com outras vacinas, tem gente, por exemplo, que morre atropelado. E tudo isso tem de ser reportado, é praxis”, observou a médica.

Mônica disse ainda que, na segunda-feira, recebeu uma mensagem informando a suspensão temporária, mas sem maior detalhamento. Na terça, ela tomaria a segunda dose. Mônica Levi diz que sentiu dor de cabeça, calafrios e moleza na primeira imunização, o que considera sintomas leves. “Se me chamarem para retomar amanhã, eu vou. Não tenho problema nenhum. A empresa está de parabéns pelas normas de segurança, toda semana nos perguntam sobre efeitos e fará isso por um ano”, conta.

Além do Reino Unido, os testes estão sendo realizados também em outros países, incluindo o Brasil. Na terça-feira, a AstraZeneca comunicou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a interrupção dos estudos, que envolvem a Fiocruz.

Com informações da Agência Estado 

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