O grupo armado Exército do Povo Paraguaio (EPP) pediu um resgate pelo ex-vice-presidente do Paraguai Óscar Denis, sequestrado na última quarta-feira (9), na província de Concepción, a cerca de 500 km de Assunção, informaram seus familiares neste sábado.
"Queremos dialogar. Precisamos de uma prova de vida do meu pai", disse em coletiva de imprensa Beatriz Denis, filha de Denis, 74, ao anunciar que sua família recebeu uma série de exigências para a libertação de seu pai.
A mulher explicou que a família recebeu um cartão de memória com vídeos do EPP, que opera desde 2008 em Concepción, e uma mensagem com uma série de exigências para libertar o político e fazendeiro, capturado juntamente com seu secretário, de 21 anos que o acompanhava em sua fazenda.
Entre as exigências está a libertação de seus chefes fundadores, Alcides Oviedo e Carmen Villalba, presos e condenados por atos de terrorismo. "Em caso de não cumprimento, em oito dias o caso será encerrado e o refém, fuzilado", expressou o grupo armado, que se declara marxista leninista.
Nenhuma autoridade do Executivo se pronunciou sobre o material divulgado pela família de Denis. O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, mandou trazer no avião presidencial um grupo de especialistas da polícia colombiana cuja ajuda foi oferecida por seu colega Iván Duque.
O chefe de Estado também conversou com o presidente Jair Bolsonaro, que prometeu assistência, enquanto o porta-voz do Departamento de Estado americano, Michael Kuzak, disse que Washington está atenta ao "desaparecimento do ex-vice-presidente".
Em seu material de propaganda, os líderes do EPP falam da expulsão do território de brasileiros e menonitas que cultivam soja.
O sequestro de Denis, ex-vice-presidente por um curto período, de 2012-2013, ocorreu uma semana após a morte de duas crianças de 11 anos durante um confronto dos guerrilheiros com o Exército, que atacou um acampamento deles situado a 30 km do local de captura do político.
Fontes da inteligência paraguaia afirmam que as vítimas, que possuíam documentação argentina, são filhas dos principais dirigentes do grupo armado, Osvaldo Villalba e Manuel Cristaldo Mieres.
O EPP nasceu de um divisão no partido político esquerdista Pátria Livre, que participou das eleições há quase 20 anos. Mais de 50 assassinatos são atribuídos ao grupo armado, incluindo de policiais e militares, além de mais de uma dúzia de sequestros.
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